Vi um filme americano tempos atrás, em que um casal se perdia à noite em Veneza, e - a cada esquina desconhecida - desenrolava-se uma ação. Com o IPad esta situação inexiste pois a bolinha azul do Google Maps te diz - ininterruptamente - onde você está e onde está o ponto onde você deseja ir.
Mas não foi bem assim. No sábado eu fui a Ópera sozinha. Fui ver La Traviata, na Scola di Arte San Leonardo (?). Estudei bem o caminho para não carregar o eletrônico grande demais para tal evento. Era pertinho, no caminho para Rialto. A minha autoconfiança aumentou quando encontrei o lugar sem perguntar nadinha.
Mas - na volta - anoiteceu.
Como no filme, me perdi! Dobrei alguma esquina indevida e não sabia mais onde estava. Eram onze da noite, os turistas escasseavam e os restaurantes a fechar, a quem pedir informações?
A adrenalina acelerou. E agora? pensava comigo mesma. Tinha um farol orientador. Se chegasse à Piazza San Marco, saberia chegar ao hotel. Perguntando aqui e ali, a garçons cansados e fechando portas, respirei com alivio e prazer quando atravessei a ponte e vi o quiosque em frente à porta do nosso hotel.
No bar contíguo, Alexandre, com um livro na mão, me esperava. Alegria pura!
Hoje, onze da manhã, chegamos a Estação Ferroviária Santa Lúcia. Viemos caminhando - uma longa jornada de meia hora por ruelas e pontes. Teremos um tempo até tomar o trem para Firenze e aproveito para refletir sobre Veneza.
Além da geografia única, ela também tem uma cultura única, diferente de toda a Itália, formada pela influencia das navegações e comércio dos venezianos, desde mil e duzentos anos atrás. Quase um sinônimo da história de Marco Polo. Ah, encontrei um aplicativo de um livro escrito por um jornalista inglês que refez a rota. Deu vontade de ler.
Venezia é cara e tem um turismo pujante, quase incômodo. É a cidade com maior concentração per capita / metro quadrado do mundo, acredito. Caminhar por suas ruelas, becos e pontes é sempre uma surpresa. É delicioso ver uma piazzetta, um balcão, uma janela, um vaso de gerânio, uma torre ou fachada de igreja..... Toques que dão harmonia a esta cidade. E como há igrejas nesta cidade! E como há sinos nesta cidade!
Que dizer da Catedral de San Marco (preciso descobrir a história deste santo que viveu no Egito, parece) , engrandecida com peças de arte vindas do saque de Constantinopla pelos Cruzados? Lembrar de cada tessela de ouro de seus mosaicos que adornam as abóbadas, arcos e paredes......
Venezia é uma cidade para se voltar. Só lembrar de reservar hotel com bastante antecedência para fugir da espelunca que ficamos.
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