Canal principal de Murano, a partir da estação do ferryboat |
Ponte em arco em Murano |
Chovia muito e fazia frio quando deixamos o nosso hotel, em San Marco. Pegamos o "vaporetto" no cais em San Marco e - contornando toda a ilha - rumamos para Murano. O vento no barco era inconsolável, gelava as orelhas. Há uma parada em San Michelle e até quis visitar o cemitério (ficou para a volta e não aconteceu).
Quando chegamos a Murano, 40 minutos depois, a chuva estava parando e seguimos ilha adentro, na calcada que contornava o primeiro canal. Grata surpresa! Cada porta era uma loja de cristais e algumas - grandes e bem-estruturadas. A maioria das peças são coloridas, de cores fortes e apostam na relação com a luz e a transparência para serem plenas.
Escultura em vidro numa praça em Murano |
São peças de grande qualidade artística, mas de um preço proibitivo. Nada custava menos que 100 euros, mesmo os menores pratos ou cinzeiros! Alguns lustres chegavam a 8, 10 e até 15 mil euros!
Peça feita com centenas de fatias de millefiori |
Escultura em cristal azul de Murano |
Saí sem comprar quase nada..... Um brinquinho para a Marina e um gato azul. Conto a história do gato azul: há 30 anos, quando estive em Veneza pela primeira vez só tive dinheiro para comprar um pequeno gato azul que esteve na cômoda do meu quarto por todos estes anos. Uma faxina daqui e dali quebrou as frágeis orelhas do gato. Em uma das minhas mudanças, o gato mutilado se foi....... E hoje recuperei meu gato azul, muito mais por nostalgia, pois apenas um gato de cristal fica solto e fora do contexto na minha casa atual. Estou pensando em agrupar junto aos elefantes em cristal vindos da Tailândia e duas peças trazidas da Praga! Onde? Não sei.....
Eram quase cinco da tarde (e que tarde quente, luminosa e azul havíamos passado em Murano!) quando pegamos outro barco para Burano, a ilha logo em frente. Pequena, com os mesmos canais e casas um tanto mais baixas: dois andares apenas.
A diferença?
Cores!
Muitas cores nas fachadas, criando um espaço singular na Itália, onde todas as casas tem o tom de terracota.
A ilha é conhecida (e explora isso muito bem) pelas suas rendas de bilro. Praticamente todos os edifícios do centro histórico são lojas a venderem renda ou peças bordadas em linho.
Belíssimas e caríssimas!
Porém sem sentido algum; casa alguma contemporânea coloca uma toalha de linho na mesa. Quem vai lavar, passar? Eu mesma tenho algumas, resultado das minhas andanças pelo nordeste do Brasil - onde encontramos a mesma técnica, herdada dos portugueses - guardadas há anos no armário, usadas apenas em ocasiões muito festivas.
Em horário de verão escurece tarde na Europa. Houve tempo para sentar-se em um bar e tomar cerveja enquanto os pés aproveitavam para ficar ao léu.
Chegamos a Venezia já escuro. O jantar? Uma pizza simples.
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