sexta-feira, 21 de março de 2014

7.21 - Çatalhoyuk - Patrimônio Cultural da Humanidade

A Turquia tem - listados pela UNESCO - 13 Patrimônios Culturais da Humanidade. Çatalhoyuk é um deles. É um sítio arqueológico a 40 km. de Konya, do período neolítico e escavados a partir de 19xx, com datação de 9.000 anos atrás.

Foi aqui, nesse lugar que o homem deixou de ser nômade e começou a plantar lentilhas. São ruínas de um vilarejo onde chegaram a viver 5.000 pessoas (a conferir) em casas encostadas uma nas outras, sem ruas.

A entrada era pelo teto, por escadas e as casas se comunicavam por escadas. Segurança, parece, para evitar animais selvagens.









Pelo número de estatuetas femininas encontradas, se debate se era uma sociedade matriarcal, inclusive pelo achado de uma estátua feminina - uma Deusa, talvez das colheitas, pelo lugar onde foi encontrado.



Nas paredes das casas, pinturas rupestres e a Serra da Capivara volta inteira na minha ideia...... Povos contemporâneos? 







O que eh lamentável eh que tudo o que foi encontrado foi para o Museu de Arqueologia de Ankara, deixando o local inóspito e desprovido de vida. Niéde Guidom foi muito mais esperta e - concomitante com as escavações - construiu o seu Museu do Homem Americano ali, no mesmo local; assim, um complementa o outro.

Mehmet me falou dos planos da construção do Museu aqui, mas foi vago..... Planos,talvez.

Arqueologia eh uma ciência difícil. Interpretar buracos, pedras, diferenças de coloração do solo requer habilidade e paixão. Senão, o que se vê, além dos buracos, são lonas e sacos de areia protegendo as escavações.

Normalmente se escava no verão, no inverno, com a neve se torna impossível trabalhar. Então, nesse primeiro dia de primavera, o que eu vi foi um local deserto, aberto ao vento, sem vegetação verde, apenas a florada de duas árvores de damasco - com um trabalho de escavação. Difícil visualizar as tais casas sem portas ou janelas......

A 1 km no sítio arqueológico existe um vilarejo rural, com casas de barro, sem cor alguma, tetos achatados de palha. Estudos do D N A dessa população mostra que são descendentes daquela que viveu há 9.000 anos atrás. Como aqui foram encontrados vários esqueletos, foi possível fazer este estudo genético.






Dos esqueletos, o mais emocionante e o de uma criança, cuidadosamente sepultada, com pulseiras de osso e pedras encontrada no local. O esqueleto intocado esta no Museu Arqueológico de Konya. Fui pará-la mais tarde, justamente para certificar e homenagear este ritual.

3 comentários:

  1. Fascinante! Não resisti e fui buscar informações. Algumas delas registro aqui. As escavações que tornaram conhecida Catalhoyuk foram realizadas por James Mellaart entre 1961 e 1964, que revelou mais de 150 habitações, muitas delas decoradas com pinturas belíssimas, peças de cerâmica, têxteis, peças manufaturas em obsidiana ( espelho, punhais) silex, vestígios de culturas de ervilha, lentinhas, turberculos de pântanos (lembro do nosso inhame). Salas decoradas com cabeças em gesso de animais de chifre, com os mesmos originais incrustados, e figuras de fêmeas humanas, e 64 corpos humanos sepultados. A investigação parou até 1993, quando se elaborou o projeto atual de pesquisa, previsto para durar 25 anos. é o Projeto Catalhoyuk , sob direção do britânico Dr Ian Hodder, da Univ. de Stanford, Inglaterra, sob os auspícios do Instituto Britânico de Arqueologia em Ankara. Por isso, talvez se explique a primeira providência de enviar para essa cidade os objetos encontrados. O projeto é multidisciplinar e internacional, estão presentes a Universidade de Londres, a de Berkely , nos EUA, o Instituto Macdonald (!), em colaboração com universidades de Turquia, a de Selcuk e a de Poznan. Tudo isso com autorização do Ministério da Cultura e do Turismo da Turquia.

    Pode ser que a área em investigação seja mais extensa do que essa que você visitou, porque em algum lugar existem instalações de laboratórios, casas para pesquisadores e uma réplica de casa da época primeva. Mas tudo iniciando, inclusive uma proposta para Museu, que está sendo preparado pelo Museu de Ciência de Minnesota em colaboração com IDAAJANS, que não sei o que é. preve-se ainda desenvolvimento de um programa público, parte importante do projeto., laboratórios de armazenamentos de peças, estudos etc... Um artigo interessante é o de Shane, Orrin C. e Mina Kucuk `A primeira cidade do mundo` www.2.bc.edu\macdonald\course\huyk.html ( nota - sinal de travessão é a direita, não descobrí neste computador novo). Site www.catalhoyuk.com
    Os problemas encontrados são de gestão local e a preservação dos sítios, com material perecíveis- tijolos de barro, gesso e pinturas.. Pinturas belíssimas, intrigantes, irei vê-las...Retornarias á Turquia....Agora escreverei sobre o que você já conhece e sabe, mas outra vez não resisto ao desejo.


    Voltemos á Serra da Capivara, com suas belíssimas pinturas rupestres, e sua extraordinária paisagem. Local também reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. Podemos apreciar a admirável persistência da Niéde Guidón para conduzir o trabalho científico numa estratégia arqueológica que incluí a dimensão social de desenvolvimento da região do Sudeste do Piaui como necessária á preservação, investigação, mas também ao conhecimento público das riquezas arqueológicas ali existentes. Em São Raimundo Nonato, além do Museu do Homem Americano, já existem os laboratórios de pesquisa e depósitos adequados para as peças, a criação do Parque Nacional de Serra da Capivara,em condições excelentes para visitas, e vínculos com cursos universitários de formação em Arqueologia, além da cooperação internacional. Tudo isto, sob gestão da Fundação do Museu do Homem Americano, no que tange á gestão da pesquisa, cultura e preservação. Grandes empreendimentos feitos a partir de 1975, e de uma paixão e capacidade de trabalho á toda prova de Niéde Guidon, que agora poderá ser visitado com mais facilidade após conclusão do aeroporto em S Raimundo Nonato. Mais uma conquista no sentido do desenvolvimento da região vinculada á pesquisa em Arqueologia.
    Sei que não podemos fazer uma comparação impressionista entre esses dois monumentos da nossa ancestralidade no planeta, nem das suas formas de gestão,com tão ligeiras informações como as aqui apresentadas.E mais ainda, reconhecendo que não devem ser poucas, nem fáceis, as dificuldades existentes nesses empreendimentos. Mas algo se pode vislumbrar



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  2. Obrigado pela pesquisa, Glória. Acrescentou muito. Fico querendo conversar com você sobre a contemporaneidade desses dois povos. Fundaria nos diz que o homem deixou descer nômade para se tornar agricultou na Amazônia, com o surgimento da cerâmica e da roça de " coivara".

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  3. Só resolvendo um problema de digitação: é Pedro Paulo Funari que nos fala dos povos amazônicos.

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