segunda-feira, 31 de março de 2014

7.33 - Turquia. Reflexão de uma viagem

20 dias na Turquia.
O que isso acrescentou na minha vida?
Viagens sempre somam. Acrescentam experiencia,  tolerância e modos diferentes de ver o mundo.

Particularmente, neste momento da minha vida estava um tanto insegura da minha autonomia física. Então  viajar sozinha foi ótimo porque eu imprimi o ritmo possível a cada dia. E, confesso, foi um ritmo mais intenso que supunha. Claro, isso me agradou bastante.

A Turquia é muito segura para se viajar. A religião muçulmana com toda a sua opressão sobre a mulher, acaba - pelo avesso - estruturando mais a família  colocando valores importantes. Então  o comportamento em relação ao outro é mais contido. O medo da punição gera responsabilidade. E isso se traduz em segurança. Em nenhum momento me senti ameaçada ou insegura.

Quando eu sai da área turística para a área onde vivem os cidadãos, em alguns momentos achei mais confortável usar o véu para cobrir a cabeça.Chamava menos atenção.

A Turquia é barata.
Transporte, hotel e comida, tudo é muito mais barato no Brasil.
Na tabela abaixo, custos em reais de 20 dias lá, abrangendo os itens referentes à viagem. Compras ficaram de fora. Euro com a cotação de R$ 3,12.


Transporte 831,00 10,3%
Passagem 3.035,00 37,6%
Alimentos 906,00 11,2%
Hotel 2.362,00 29,3%
Cultura 630,00 7,8%
Passeios 305,00 3,8%
TOTAl 8.069,00 100,0% 
Total em euros : 2.586,21  
A Turquia é um grande e belo país, habitado por um povo que tem orgulho de ser turco.Um país para se voltar.

sexta-feira, 28 de março de 2014

7.32 - Turquia. Mosaicos e azulejos.

A expressão artística da antiga Turquia teve duas fases bem distintas: no Império Bizantino, os mosaicos tinham as funções de fotografia. Grandes painéis forravam paredes relatando cenas bíblicas ou do cotidiano do império.
Quem não se lembra da belíssima peça  mostrando a Imperatriz Theodora na Basílica de São Vital em Ravena, na Itália?



Já na época otomana, pela proibição religiosa de se relatar figuras humanas e animais, os azulejos florais são as expressões artísticas e religiosas do Islamismo. Todas as mesquitas são forradas de azulejos cuidadosamente decoradas com motivos florais. 


Topkapi - parede decorada em azulejos de IZNIK

Teto da Mesquita Azul em Istambul

Paredes da Mesquita Azul


Eles tiveram origem na cidade de Iznik, por volta de 1500. Sáo construídos a base de quartzo que os torna muito resistentes e pesados. Nao dá para por nada na mala, nenhumzinho.

Num olhar mais atento, se percebe que os azulejos são sempre trabalhados em cinco cores: normalmente são 3 cores de azul , o branco e um tom de vermelho-terroso. O azul-turquesa é a cor mais interessante e, as vezes é substiúido pelo verde-água. 5 cores e mais nada!

                       

Toda a grandiosidade das paredes, dos tetos, tudo decorada com 5 cores.

Claro, sobrou muito pouco mosaico na Turquia, se vê alguma coisa em Santa Sofia e no Chora, duas igrejas bizantinos, de 1.500 anos atrás, que foram mesquitas por mais 500 anos, perdendo toda a sua sacralidade cristã e, só os a instalação da república turca em 1922, se tornaram museu. 









Não custa lembrar que a ultima Cruzada foi financiada com os tesouros de Constantinopla. Todas aquelas riquezas que se vê em Veneza foram todas roubadas de Constantinopla por cristãos, que foram ao Oriente Médio combater os muçulmanos, os hereges.

Será que o motivo era mesmo religioso?

Há ainda um outro tipo de mosaico que se vê nas ruínas romanas, principalmente em Ephesus, onde elas são bem conservadas: são os mosaicos decorativos dos pisos das casas, com 2.220 anos.




7.31 - Turquia. Pensamentos e informações soltos numa viagem

1 - A Turquia é um grande país, com regiões muito distintas, similar ao Brasil. A população atual é de quase 82 milhões de habitantes. 

2 - Há uma tabela interessante de migração de turcos para outros países:
- Alemanha: 4 milhões
- Iraque: 3 milhões
- Bulgária: 1 milhão
- Algéria : 3,5 milhões
- Tunísia: 2,5 milhões
- Síria: 1,5 milhões
- Egito: 1,5 milhões
- França: 1 milhão
- Inglaterra: 500 mil
- Holanda: 500 mil
- Estados Unidos: 500 mil
- Áustria : 500 mil
- Peru : 12 mil
- Argentina: 1,5 mil
- Chile: 1 mil
- Uruguay : 700
- Brasil : 80


3 - Há 500 brasileiros na Turquia, em estatística de 2012.

4 - Peguei todos os climas: chuvoso, frio, calor e ameno.

5 - Istanbul, e toda a Turquia está cheia de flor neste início de primavera; muitas tulipas brancas, púrpuras, vermelhas, rosa e laranja. Amores- perfeitos, jacintos e margaridas. As rosas ainda estão brotando.....









6 - O pão é uma maravilha, macios, muitas vezes quentinhos, de várias formas e textura. Na maioria das vezes não tem casca. Nas ruas, muitos carrinhos vendendo um pão-argola, salgado, com gergelim por cima.




7 - LOVASS  é um pão que vem para a mesa recém-saído do forno e cheio de ar como se fosse um pastel. O da foto está amassado porque foi um pão que eu fiz no restaurante e levei para o hotel de presente. Até chegar lá, ele havia esfriado e  o ar, pouco a pouco foi saindo. 




8 - LAHMACUM é outro tipo de pão com carne moída por cima. Como uma pizza sem queijo.

9 - Cada restaurante tem uma padaria, com forno a lenha e padeiros jovens e bonitinhos.

10 - Os turcos fumam muito, as vezes o cheiro de tabaco é muito desagradável.

11 - A hotelaria turca é maravilhosa, quase perfeita.E os preços muito mais baratos que o Brasil ; custam um terço do que custam aqui no sudoeste. Um hotel três estrelas com café da manhã custa, em média R$ 100,00.

12 - Gatos são muito mais numerosos que cachorros, estão por toda parte.




13 - Sobraram 3 palavras do francês, talvez algumas outras que não vi: merci, adicion e pardon.

14 - EFES é uma cerveja turca.  Tipo Pilsen, com 5% de álcool. É a única? O álcool aqui tem impostos muito altos e nas contas, se contabiliza separado comida e álcool.

15 - Meu estômago só doeu em Pamukkale. Estresse do hotel?

16 - Meu pé e a palmilha se entenderam muito bem. Nenhuma das conhecidas dores. E olha, por dias , caminhei por horas.

17 - Os muçulmanos rezam 5 vezes por dia :
. Antes do nascer do sol
. Na hora do almoço.
. No meio da tarde
. Ao por do sol
. Antes de dormir.
Alguns minutos antes, pelos alto-falantes dos minaretes se faz o seguinte chamado:
Alá é o maior, Alá é o Maior;Alá é o maior, Alá é o Maior.

Eu testemunho que não há deus, mas Alá;Eu testemunho que não há deus, mas Alá.

Eu testemunho que Maomé é o Mensageiro de Alá;Eu testemunho que Maomé é o Mensageiro de Alá.

Venha para a oração! Venha para a oração!Venha para a salvação! Venha para a salvação!

Alá é o maior! Alá é o Maior!Não há deus, mas Alá.



18 - Engraxates. Ainda existem aos montes. Todos trabalhando ativamente e, ainda por cima, tem como instrumento de trabalho uma caixa dourada, cheia de arabescos.




19. A conversão das moedas foi muito fácil: 1:1. Exatamente 1TL = R$1,05

20 - Chá. Faz parte da cultura nacional; toma-se chá a toda hora, isolada ou coletivamente. São servidos em pequenos copos de vidro e pequenos bancos e mesas baixas de espalham pelas calçadas para o chá e jogar conversa fora. Soa 2 os tipos de chá consumidos: o mais comum é o chá preto, que eles chamam de chá turco. O prazer dos deuses fica por conta do chá de maçã. Sempre ha um rapaz com um bandeja de arco nas mãos levando os tais copinhos daqui pra acolá. Só cuidado para não tropeçar nele.







21. Não há leite quente no café da manhã; oferece- se chá, leite frio e café.

22. As melhores ilhas gregas estão no litoral da Turquia.

20. A hospitalidade na Turquia é exemplar, só boas lembranças.

21. Ônibus são muito mais baratos e mais confortáveis que o Brasil. Metade do preço!

7.30 - Turquia.Silivri

Silivri é uma cidade na costa do Mar de Marmara, a 70 km a leste de Istambul, na direção da fronteira com a Bulgária. Eh lá que mora Sandra Paelo, uma brasileira e nova amiga.




Passamos o dia juntas hoje para conhecer uma cidade não turística e ver como vivem as pessoas lá. Sandra mora há 3 anos na Turquia, desde que seu marido Omar (belga com ascendência marroquina) foi contratado por uma firma saudita da área de tintas.

Silivri, com 140 mil habitantes, fica à beira-mar, sem praias e com um belo calçadão e porto de pescadores. Em volta dele, bancas para a venda de peixe fresco dão um aroma saboroso de pescado marinho.







Sandra e Omar moram num condomínio afastado da cidade onde metade das casas são residências de veraneio de pessoas de Istambul. Não há praia, mas no verão. eles colocam uma plataforma 200 metros mar adentro, com uma escada onde as  pessoas podem entrar na água como se entrassem numa grande piscina.




Fica cheio. De gente e de gaivota.

Sandra foi convidada meses atrás a fazer um comercial de carro (em truco, Reklame) junto com o jogador de futebol Roberto Carlos que hoje é treinador do time de futebol em Sivas, no interior da Turquia. Apesar da mesma idade, ela faz o papel de mãe do jogador e esta vestida com uma roupa muito engraçada. Olhem o vídeo.

7.29 - Turquia. O Harém é uma prisao



A primeira referência ao Harém vem de Sherazade, uma história do Médio Oriente, árabe ou otomano (é preciso verificar), de uma das muitas princesas belas, cuja vida esta nas mãos de um homem, seu senhor, ou melhor, do humor dele. É uma referência positiva a mulher, a sua sabedoria e senso de sobrevivência.

Há alguns anos atrás vi, em Lyon, uma primeira exposição sobre o Harém muçulmano. Era uma reflexão sobre o olhar ocidental, de desejo e luxúria, a compreender o harém como um lugar de prazer, elevado ao extremo refinamento. 

O outro lado que a exposição mostrava era o confinamento, as duras regras, alianças e hostilidades, num mundo onde só uma seria vencedora: a primeira que concebesse o herdeiro.

O tempo passou e eu me esqueci dos haréns, ocupada com outras prioridades da minha vida. Como tenho por valor máximo a minha liberdade, essas histórias são só memórias de um tempo passado.

Mas o passado volta.

Ontem passei a manhã toda no Harém do palácio de Topkapi, onde por mais de 400 anos reinou absoluta, a dinastia otomana. Fiquei muito mobilizada. muros da espessura de quase um metro a suportar 3 portas e três antecâmaras antes de se adentrar ao espaço feminino.
Na segunda antecâmara era o espaço dos eunucos - escravos castrados e negros (? - assim mostram as figuras) que administravam, guardavam e cuidavam do harém e suas mulheres.



Depois, uma hierarquia rígida: a sultana-mãe, as favoritas do rei ( 4 mulheres, me parece, com filhos, e a possibilidade de herdarem o trono) e as outras. Pouquíssima luz, poucas lareiras, poucos jardins e imensos muros.

Um prisão!

Há livros e livros escritos sobre o harém. É um assunto que me interessa, assim como a Rota da Seda, mas - com o pé no chão, não tenho disponibilidade para aprofundar isso.


 


O que dá para concluir é que 500 anos depois isso ainda se reflete na sociedade. Por mais que Ataturk tenha secularizado e modernizado o ESTADO, a situação da mulher na Turquia, principalmente no interior não e fácil: o véu, os panos negros a cobrir o corpo, a separação nas mesquitas, as promessas políticas de separar classes escolares masculinas e femininas, tudo mostra o quanto o harém ainda esta presente na cultura turca.




quinta-feira, 27 de março de 2014

7.28 - Turquia. Especiarias

As coisas vão se encadeando......
As especiarias foram uma das coisas mais importantes para o mundo pois permitiam a conservação dos alimentos. Elas existem desde sempre, desde que a humanidade domesticou montarias e inventou as rodas.




Foi por ela que Veneza enriqueceu e ficou a jóia que hoje eh, que os árabes invadiram o Sul da Espanha e mais tarde Portugal se lançou ao mar. Mas antes, muito antes havia uma rota terrestre e marítima que ligava a China e a Índia ao Norte da África e Europa.

Era a Rota da Seda. Vale a pena ouvir o CD que Yo Yo Ma, usando instrumentos da época compôs. Chama-se Silk Road.

Haviam alternativas para essa rota: uma mais ao norte, pela Mongólia, contornando os pés do Himalaya e outra mais ao Sul, pela Anatolia Central (esta que percorri) até o Mediterrâneo.


Não me perguntem porque, pois não consigo entendr a lógica, mas as especiarias da Turquia vinham do Egito, por mercadores de la. Tanto eh que, milênios depois, o mercado onde elas são vendidas se chama BAZAR EGÍPCIO. 



Um dos focos das minhas viagens eh a gastronomia e o restaurante mais interessante de Istambul, especializado em alta gastronomia otomana (e não turca) se chama Asitane. (www.asitanerestaurant.com). No Asitane, o chef me recomendou um livro que sintetiza a experiência deles: 500 years of Ottoman Cuisine, de Marianna Yerasimos. Andei e Andei e achei-o num antiquário em Beyoglu.


Fui paciente e listei - receita por receita - todas as especiarias necessárias. E ontem fiz a festa no Bazar Egípcio. A exceção daquelas que posso encontrar no Brasil, estou levando todas. Minha única dúvida eh uma tal de gum mastic que era muito cara e deve ser algo como o que se usa para fazer maria-mole.





Ah, outra coisa um tal de grape molasses também estava na lista. Para minha sorte, no café da manha havia uma tigela com grape molasses. E um molho adocicado com talins e mais alguma coisa que não descobri. E a atendente do café tentava me explicar - em turco - o que seria. Não deu.

Hoje voltei ao Asitane para o almoço. Uma experiência riquíssima! Azar do Alexandre que perdeu...

terça-feira, 25 de março de 2014

7.27 - Turquia. Siringe

Siringe é um vilarejo de 1.000 pessoas pertinho de Selçuk, no topo de uma montanha que se alcança por um estrada sinuosa (mais que a de Campos do Jordão, menos que a de Ubatuba). Pelas encostas, milhares de oliveiras, que , a julgar pela nodulosidade dos troncos, são mais que centenárias.

A oliveira pode produzir por centenas de anos. Talvez naquelas do local sagrado que existe em Jerusalém, ainda apareçam alguns frutos, mesmo 2 mil anos depois.
As de Siringe estão no mesmo caminho.

A idade de Siringe?
Se ela se formou a partir de ex-escravos gregos livres com o fim de Ephesus, podemos pensar no ano 500 DC. Por isso elastem o caule tão enrugado.

Siringe é conhecida por suas frutas também: pêssegos, ameixas, amoras e o pessoal de la faz vinho com elas, com o mesmo processo das uvas. Experimentei alguns e o de amora era magnífico. Ta, e um lugar turística, metade vive das frutas e metade das tendinhas onde tudo se vende.

Imagine um casario pendurado na montanha; casas de dois andares, paredes brancas e janelas de madeira marron nas fachadas, muitas janelas. E todas as casas tem o mesmo estilo que eh único. O acesso até elas eh por ruelas estreitas e tortuosas calçadas com pedras grandes, como as de Parati.  Não passa carro.






Há de se caminhar.

E caminhando encontrei o ateliê de um artista que faz um trabalho muito especial e inovador com feltro.



Seu nome é Umut Arabul. 
Ele usa lá de coelho angora para fazer a sua placa de feltro e depois, a tinge em várias cores. Recorta, como um mosaico os contornos do desenho em uma cor de feltro. Depois, com outra cor preenche os desenos e assim vai montando o seu trabalho. Depois, umedece com água e sabão e deixa por vários dias,até que o feltro esteja bem macio que possa ser mesclado. Daí, com pés e máos vai pressionando lentamente, até que uma cor entre dentro da outra e componnha o desenho.

Outro trabalho que Umut Arabul faz é misturar lã com seda com a mesma técnica. Fica magnífico! Trouxe um desses, em turquesa, para uma das paredes do Bartholomeu.

Em 25 de junho de 2013 saiu um matéria sobre ele no New York Times, escrita pela jornalista Anita Gates.

Resta procurar o link.

segunda-feira, 24 de março de 2014

7.26 - Turquia. A Casa da Virgem Maria

Existem alguns lugares que - por sua atmosfera mística - trazem um sentimento de transcendência, de esperança e de novas possibilidades.

Há uma casa de pedra, isolada no alto de um monte, que evidências religiosas e arqueológicas mostram ter sido a casa onde Maria viveu o final de sua vida, entre os anos 37 a 45 DC, em companhia de São João.

Esta casa foi revelada em sonho para uma freira alemã, Catherina Emerich no século XVIII. Ela enviou cartas para autoridades eclesiásticas descrevendo exatamente o lugar e a casa. O Bispo de Esmirna, a qual Ephesus pertence acabou tendo acesso a esses documentos e organizou escavações no lugar..

As escavações começaram e se encontrou ruínas de uma casa do século VI, sobre outra casa do século I.

!

A casa foi reconstruída acima das ruínas, que já possuíam 1 metro de altura e se mostrou um espaço muito confortável, toda em pedra, com três cômodos em meio a um bosque de pinheiros. Um ambiente profundamente místico.




Ganhei especialmente do padre da capela uma imagem da Virgem  que vou levar para Olívia, minha sobrinha-neta que luta pela vida num leito de UTI.

Fora, uma árvore dos desejos. Mas os pedidos foram aumentando tanto, que os galhos foram se quebrando. Então transferiram para o muro dos desejos.




Fiz dois, em papeizinhos azuis enroladinhos: um pela saúde da Olívia, outro pela minha. E só o que nos resta pedir.



7.25 - Turquia. Ephesus

Ephesus, na província de Esmirna, a poucos  quilômetros do Mar Egeu. É a cidade dos tempos romanos mais bem preservada que existe. Durou 700 anos: do ano 200 AC até o ano 500 DC. Acabou porque a baía foi sendo assoreada, impedindo a chegada dos navios, o que foi asfixiando o comércio.

Nos seus melhores tempos chegou a ter 200.000 mil habitantes, sem os escravos, frisou várias vezes a guia.





Hoje é um monte de ruínas e se não houver um guia interpretando o que cada pedra significou, resta só isso: um monte de pedras. 



Algumas no chão, algumas penduradas umas nas outras. 



O que me impressiona em toda cidade romana são seus anfiteatros, construídos em pedra, com uma acústica que até hoje faz inveja as grandes casas de show. O daqui, continua magnífico e bem conservado, mesmo dois mil anos depois.




A biblioteca de Celsius (ele mesmo, que organizou a medida da temperatura em graus Celsius), apesar de destruída por um terremoto e nunca reconstruída, foi a terceira maior biblioteca do mundo, perdendo para a de Alexandria e Pérgamo.

Ah, legal a história da Deusa Nike



A empresa, não sei se coreana ou japonesa, esteve aqui, olhou a deusa e - teve um estalo:
- este eh um bom nome para nossa empresa.
O outro homenzinho (eles sempre viajam em grupos) de olhos orientais olhou melhor e apontando o dedo, falou:
- porque não usamos esta prega que o vestido dela faz, esta curva, como nosso logo?
Pronto, estava criado um dos mais conhecidos símbolos de consumo do mundo contemporâneo.

Fora do percurso de Ephesus, mas ainda na mesma história, outra montanha de pedras. Foi há dois mil anos atrás uma das Sete Maravilhas do Mundo : o Templo de Ártemis.



 Hoje dele só resta uma coluna, então eh muito frustrante vê-la. Para quebrar esse vazio, parou um ônibus de turistas asiáticos e todos desceram muito rapidamente, fotografando ansiosamente. Menos de três minutos depois, todo mundo estava de volta ao ônibus. O que valeu esta parada? Só a foto foi suficiente? Que emoção gerou essa parada?

Ah, há muitos modos de viajar e este não é o meu.