Estou chegando a Konya por ônibus, vindo de Goreme, numa viagem de 300 km pelo planalto central da Anatolia. 300 km absurdamente planos, sem árvore alguma e totalmente agricultável; toda extensão arada mostrando a cor marrom da terra revolvida depois do inverno. A viagem custou R$ 30,00 em ônibus moderno, com wi-fi, tela de entretenimento na poltrona, água, suco...
O que era a milenar Rota da Seda hoje é uma moderna estrada de pista dupla e asfalto novo, muito bem sinalizada e sem nenhum pedágio.
Um taxi me levou da rodoviária até o hotel, pois a rodoviaria é bem distante. Chamou a atençao o sorriso sem dentes do velhinho motorista quando o presidente Erdogan começou a falar pelo rádio. Ele, falando em turco, olhou para trás, aumentou o volume do rádio, sorriu e - do discurso - só entendi Erdogan. Termos eleiçoes no proximo domingo e Konya, uma icadade conservadora deve votar em massa no partido de Erdogan.
Meu hotel, o Dervish Hotel é uma velha casa otomana de 200 anos, cuidadosamente restaurada, com apenas 8 quartos e um belo forro em pinho de cor clara. Será pinho de Riga?
É um hotel familiar, gerenciado por Mohmed, irmão do dono, Mehmet. Este tem uma loja de tapetes e amanhã eu vou lá para ele me contar as histórias de Konya regadas a um bom chá de maçã. Há alguns dias atrás, esteve hospedado aqui o embaixador do Brasil na Turquia, Antônio Salgado, numa viagem pessoal. Mr. Mehmet mostra o cartão dele todo orgulhoso. Mas eh uma linda casa, de fato.
O que me atraiu em Konya?
A seita dos derviches, um grupo religioso até 1924 e agora, sob o selo de cultural, tem uma pregação muito conservadora, que não sei os detalhes. Há um belo museu - Mevlana- construído para abrigar a tumba do fundador da seita: um pensador, filósofo e poeta: RUMI, com uma trajetória pessoal de vida interessante, até diria similar a de Cristo, guardado o contexto de cada um.
Eo Império Seljucida?
Konya foi a capital do Império Seljucida.
Ah, isto real motivo da minha vinda aqui; a arquitetura do que sobrou desse império. Tem tudo a ver com mosaico, com cores, com arte. Visitei duas construções típicas e - de fato - o pensamento arquitetônico eh outro. O teto, sempre em cúpula, com uma abertura para o céu, a disposição dos espaços, a decoração das paredes com azulejos coloridos......
Tive tempo suficiente para andar , a esmo, um par de vezes pelo Bazar. Um intrincado de ruelas estreitas, sem carros, sem sinalização, uma lojinha grudada na outra. Existe há 1500 anos. Vende de tudo: roupas, jóias, muitas jóias (porque, se as mulheres andam cobertas da cabeça aos pés?), material de contrucao, panelas, roupas de cama, ferramentas e - o fundamental na cultura turca: frutos secos, sementes e frutas desidratadas.
Lembrem-me de lhes contar o que eh Bamya.
Edna, estou adorando esta viagem. Quero ver as fotos, tudo deve ser lindo e encantador. Fico aqui imaginando!
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