sábado, 20 de maio de 2017

13.30 - Cambodja , que rumos?

O Camboja, com seus 15 milhões de habitantes é um paíspobre, muito pobre. Tem um IDH de 0,555, ocupando o 146o. no ranking da ONU. O Brasil tem IDH de 0,754, em 79o, lugar na escala mundial.

Bandeira do Camboja
O Camboja teve sua independência da França em 1953 e constituiu-se como uma monarquia. Em 1970, contaminado pela Guerra do Vietnã, ocorre um golpe de estado e em 1975 com o fortalecimento do exercito rebelde Khmer Vermelho, de orientação comunista, sob a liderança de Pol Pot inicia-se uma guerra civil que devastou o país. 
Pol Pot
O Khmer Vermelho tomou o poder em 1975 e - com o apoio da China, constituiu uma das ditaduras mais cruéis e sangrentas da época. À exemplo da Revolução Cultural de Mao, na China, em 1949, toda a influencia cultural ocidental foi destruída e queimada e a população foi forçada a deslocar-se para a zona rural, numa agricultura apenas manual e obsoleta. 2 milhões de pessoas (1/3 da população) morreram durante a ditadura de Pol Pot que durou até 1991 e terminou com a mediação da ONU.

Herança Cultural do Khmer Vermelho - 2 milhões de crânios

Não vi, odiaria ver estes museus; mas eles precisam existir!

Em 1993, o estado se reconstitui como Monarquia Constitucional, com democracia multipartidária. Em julho de 2010, ocorreu a primeira condenação por crimes de guerra do ex-comandante de um dos campos de extermínio; Pol Pot morreu de causas naturais na região de Siem Reap, em 1998.

Campos de extermínio no Camboja
Com a estabilidade política, inicia-se um ciclo de crescimento virtuoso de 6% ao ano por muitos anos; positivos, mas insuficientes para tirar o país da miséria. Levaria alguns anos ainda para o turismo chegar ao país, como Pol Pot se refugiou nas redondezas de Angkor, a região não era considerada segura;  foi só depois de sua morte que Angkor se abre definitivamente para os turistas.

Os projetos futuros incluem o estímulo a indústrias de baixa pequenas, e - claro, o incremento do turismo. Em 2015, 4,77 milhões de turistas estrangeiros foram a Angkor, movimentando 3,1 bilhões de dólares. A meta para 2020 é atrair 7,5 milhões de turistas gerando 5 bilhões de dólares.

A questão que se coloca é que o turismo no Camboja é Angkor. As pessoas descem do avião, ficam por 3 dias em Siem Reap e voam para outros destinos fora do pais. Já com os atuais 5 milhões de turistas anuais (na grande maioria chineses) houve um colapso ambiental em Siem Reap;o consumo de água nos hotéis já modificou o lençol freático local, afetando os templos de Angkor. 

Angkor Wat
Os templos, em rocha de arenito, se ressentem da falta de água, com alteração do pH, da umidade e permitindo o aparecimento de novas bactérias e fungos destruindo as rochas....

E o Camboja não tem outro sítio arqueológico da magnitude de Angkor que possa atrais turistas. Seu litoral tem a praia de Sihanoukville, mas não é suficiente para gerar a receita pretendida.

Sihanoukville - Camboja

Sihanoukville


Além de tudo é preciso levar em conta a corrupção. A ONG Transparencia Internacional (www.transparency.org) publica anualmente uma lista de corrupção envolvendo 176 países. Encabeça a lista a Dinamarca, como o país menos corrupto do mundo e em 176o. lugar, como o mais corrupto, a Somália. O Camboja está no 156o. lugar.

Como veem, não há muito futuro para o Camboja!

Ah, o Brasil ocupa o 79o. lugar. Isso sempre me envergonha, mas com um pouco de mordacidade, conto que a Argentina ocupa o 95o. lugar....




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