Quando o calor na planície central era demais, como o que está fazendo nestes dias, perto de 40 graus - os ingleses costumavam subir a montanha, durante os 132 anos em que colonizaram este país. De 1814 a 1946. Vinham para Maymyo, a 1090 metros acima do mar e 22 graus de latitude norte.
Hoje a cidade mudou de nome, é conhecida como Pyin Oo Lwin! Tem 250 mil habitantes, cortada ao meio pela Rodovia Mandalay - Lashio, um lago rodeado por bosques, mansões para os bem nascidos e uma estação de trem. Ah, tem também uma Torre do Relógio e duas igrejas anglicanas de tijolos vermelhos.
Memórias de seu passado colonial, assim como alguns casarões que sobreviveram, ou nem tanto.
Primeiro os ingleses, depois, durante a ditadura militar, a alta patente do exército tinha casas de campo aqui, nos bosques perto do lago. Príncipe Taw Phaya, neto mais velho do Rei Thibaw e herdeiro do trono, mora aqui; lembro de ter lido uma entrevista dele alguns anos atrás.
Meu hotel, apesar de estar a 4 km do centro da cidade, tem uma atmosfera muito especial: é uma construção inglesa, com nome de Craddockcourt, com quatro edifícios que foi transformada em hotel.
Piso
e escadas de madeira, todos os quartos dão para o jardim com roseiras e
gérberas! Ontem estavam rodando um filme embaixo da minha janela. Apesar da construção charmosa, do amplo jardim, o hotel é decadente. Banheiro mal reformado, luzes de baixa potencia, lençol rasgado... café da manhã báaaaasico.
Pyin Oo Lwin é um centro agrícola por excelência: toda a produção de flores de Myanmar se concentra aqui; frutas, principalmente morangos (miúdos e doces), vários vegetais e café.
Aqui há um importante centro de pesquisa em sericicultura; há uma redescoberta da indústria da seda em toda a Ásia e no seu potencial turístico e de exportação.
Visitei uma dessas fábricas onde a seda é tecida como há mil anos: um tear, um gráfico, navetes com fios mais finos que cabelos e - paciência. Toda a paciência do mundo, resultando em tecidos para fazer roupa de princesa ou... de noiva!
Nenhum comentário:
Postar um comentário