sábado, 20 de maio de 2017

13.29 - Ásia - Angkor: reconstrução ou restauração?

Depois do colapso do Império Khmer por volta de 1400 (a invasão dos birmaneses foi só o capítulo final de uma civilização que havia esgotado seus recursos hídricos e agrícolas), alguns monges ainda permaneceram habitando o Angkor Wat e tudo o mais caiu no silencio pesado de uma terra úmida e quente. De quando em quando algum europeu aparecia por lá, achava toda aquela arquitetura exótica e se perguntava:
- que povo construiu algo tão majestoso e único? Por certo não foram esses selvagens que estão vivendo por aqui hoje....

Templo ou floresta?
 E a selva foi tomando conta de todas as construções. Em 2016, a revista  Journal of Archaelogical Science, publicou artigo de cientista australiano que - usando a tecnologia de scanner a laser, mapeou ruínas de várias cidades em torno de Angkor, escondidas pela selva.

O que fazer com essa informação? 

Penso que precisamos de tempo para amadurecer o futuro disso. Todavia já dá para dizer que este complexo constituiu o maior império da terra em seu tempo (século XII). Em 1860, um francês, Henri Mouhot visitou a região, fez seus desenhos e publicou um livro de muito sucesso na Europa: Travels in Siam, Cambodia, Laos and Annam. A partir desse momento, Angkor entra definitivamente nas pesquisas dos cientistas no imaginário dos aventureiros.

Henri Mouhout
Desenho de Henri Mouhout
No início do século XX, 1907, os franceses começaram o trabalho de restauração de Angkor,  através da École Française d'Extrême-Orient, retirando a floresta, reparando estruturas de monumentos e construindo canais de drenagem para a proteção do patrimônio. Houve alguns erros técnicos nesse trabalho, como a perfuração de pedras para a colocação de barras de ferro de sustentação, bem como o uso de cimento em alguma fendas, o que trouxe problemas no presente.

Em 1993, com o fim da guerra civil no país, um comitê coordenado pela Unesco e integrado pelos países Índia, Alemanha, Japão e Camboja para a recuperação dos templos mais danificados.


Restauração com a mínima interferência possível

Apoio ao canto do templo. Basta isto!
Na década de 90, a Índia inicia um projeto de limpeza do Templo de Angkor que foi um desastre: aplicaram água química que  retirou impurezas e pequenos liquens. Hoje, sem os liquens, surgiram bactérias que estão destruindo o arenito do Templo...

Já no Templo Ta Keo o trabalho realizado pela China foi mais cuidadoso: usaram a mesma rocha das paredes do templo para produzir blocos que vão substituir os deteriorados:

Cartaz exposto na entrada do Templo Ta Keo

Blocos de pedra em cores mais claras, indicando a substituição das que estavam faltando



Se a peça substituída é do mesmo material do usado na construção, o trabalho é uma restauração

Foto mostrando o "antes", com montes de pedras caídas

Foto mostrando o "depois" com a restauração do Templo Ta Prom

 Em 1992 foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade.

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