Por ser uma capital de país, isolado é certo, Santiago nunca é objetos dos meus desejos turísticos. É apenas um lugar de chegada e de partida. Há lugares interessante, por certo, mas nada que deslumbre, que tire o fôlego.
Desta vez decidimos explorar o Barrio Bela Vista, o equivalente à nossa Vila Madalena, em menores proporções. Encravado entre o Rio Mapocho e o Cerro de San Cristobál, é um bairro pequeno com meia dúzia de ruas charmosas, repletas de ateliês, bares e restaurantes. Ainda é um bairro horizontal de casas velhas dos anos 50 e 60 do século passado, muitas com pinturas grafitadas em suas fachadas. H´´a um toque artístico nos detalhes, nas calçadas, nos lustres.....
Bares, bares e bares para os turistas, para os santiaguinos e para as centenas de estudantes que estudam na universidade do bairro. Ocupando um quadrilátero razoável, está o Patio Bela Vista, um espaço de lojinhas e bares charmosos. Ali também se concentram as lojas de artesanato chileno. Muita jóia em prata e lápis-lazuli, uma bela pedra azul exclusiva do Chile e do Afganistão (ah, viajando a nossa cultura de alfinetes se amplia tanto!), de bom preço e qualidade e também objetos em cobre. O resto é bobagem, porcarias para turista levar de lembrança, só para lembrar (ou exibir) que esteve lá.
Quase no fim do bairro, numa rua sem saída esta La Chascona, uma das casas de Pablo Neruda (ele teve quatro casas no Chile!) que ele construiu para viver seu amor com Matilde Urrutia, seu último casamento. É uma casa com muit apersonalidade, feita por alguém criativo, que sabia exatamente o que queria. Lamentavelmente, no dia seguinte ao golpe militar que arrasou o Chile em 1973, a casa foi invadida pelos militares. Agredida, destruída, inundada, queimada..... Neruda não suportou a dor e morreu uma semana depois.
O Cerro San Cristóbal é uma pequena colina, com uma vegetação rala, própria da Cordilheira. É o segundo pontomais alto da cidade. Em seu cimo há uma imagem de La Virgen da Imaculada Conceição, donde se chega de funicular. Atualmente está em reforma e fechado, e decidimos nao enfrentar o acesso. Fomos até o Zoológico (formado por animais resgatados aqui e ali), mas a vida lá fora estava muito mais interessante que os bichinhos ex-maltratados..... Se o funicular funcionasse, e nós conseguíssemos chegar ao topo, além de ver a vista da cidade, pedir as bençãos da Virgen, iríamos tomar um teleférrico (sera que teria coragem) e por cima dos cerros, chegar a outro bairro, outro destino.
A gente planeja e nossos passos desfazem a intenção. É isso férias de vagar sem restrições!
Nenhum comentário:
Postar um comentário