sábado, 12 de março de 2011

1.1 - Andes. O espírito da viagem




Pajero Vermelha 4 x 4 - a grande ferramenta dessa viagem histórica

Esta é uma viagem de férias de duas gerações: uma de 68 e outra dos anos 90. A primeira desafiou a utopia da liberdade e a segunda, a utopia do progresso. Nominalmente, Edna e Alexandre.

Começamos no Vale do Paraíba,  nos últimos dias do verão de 2011. Nosso destino é percorrer o Cone Sul, passando pelos vinhedos argentinos e chilenos, cruzar os Andes de carro, conhecer seus lagos e vulcões, o pampa argentino e desfrutar suas capitais.

É uma viagem rodo-paisagística-enogastronomica-cultural. Serão 10 mil quilômetros entre cinco países: Brasil, Paraguai, Argentina, Chile e Uruguai. Dentro desse espírito, vamos curtir e contar sobre comidas, vinhos, paisagens, impressões, emoções e surpresas de viagem.

Foram dois meses preparando-a, usando basicamente a internet e seus sites de viagem e os guias Lonely Planet desses países. Passaporte, seguro de viagem, seguro verde para andar de carro no Mercosul e cartões de crédito.

Muito mais como justificativa para um desejo maior, estamos com um carro Pajero 4 x 4 da Mitsubishi, embora, acreditemos que qualquer carro possa fazer esta viagem. Meu vizinho argentino do quarto andar, um tanto constrangido, me sugeriu cobrir com fita crepe o nome do carro, pois Pajero em língua hispânica quer dizer punheteiro. Veja só que deslize de marketing da Mitsubishi! Divertimo-nos com a ideia e vamos nos arriscar; se o nome provocar demais, tomaremos uma atitude.

Saímos de Pindamonhangaba numa sexta-feira, às sete horas da noite, depois de um dia de trabalho normal. Nosso plano é dormir em Capão Bonito, 450 km ao sul. Noite de calor e céu limpo. Até tentamos fazer uma foto inicial, mas o porteiro do prédio (e fotógrafo) tremeu e a foto ficou tremida.

Nossa primeira parada foi na Rodovia Castelo Branco, no Rancho 53, um restaurante gastronômico de comida portuguesa. Lá é obrigatório o bolinho de bacalhau e um doce que eu amo, chamado papo-de-anjo. Se a fome for maior, recomendo o sanduíche de pernil. É um local caro, mas vale a pena. Além do mais tem um banheiro maravilhoso e perfumado.


Rancho 53 - Rodovia Castelo Branco

Depois de rodar 450 km deixei Alexandre em Capão Bonito e eu estiquei uns 30 km a mais para dormir na Casa das Hortênsias, um espaço maravilhoso em plena Mata Atlântica. Mas essa é uma história para ser contada em outro momento.


Casa das Hortênsias - Capão Bonito
Saímos de Capão Bonito bem mais tarde que planejávamos: por volta do meio dia. Nosso objetivo era chegar até Foz do Iguaçu. O roteiro já conhecíamos de outras viagens: Itapeva, Itararé, Jaguariaíva, Castro, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu. Rodávamos por um atalho do Paraná, fora das grandes rodovias. Estradas de pista simples, cheias de curvas e caminhões. Paciência e cuidado.

Em Castro muitas placas de cidade turística e ficamos curiosos. Porque? Ainda não temos internet full time, então a dúvida será resolvida à noite, no wi-fi do hotel. Será?

De Ponta Grossa a Cascavel atravessamos o estado do Paraná de sudeste a sudoeste. Cruzamos uma serra e uma Reserva Indígena. Podíamos ver ao fim do dia,  artesanato indígena na beira da estrada. Sei nada dessa tribo. O país guarda muitas surpresas quando se decide desbravá-lo com tempo e perspicácia. E os campos de soja ao por do sol!!!!!!!


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