A idéia que originou a viagem: atravessar a Cordilheira dos Andes de carro.
De Mendoza já víamos de longe o tamanho do desafio; em meio a um calor de quase 30 graus avistávamos picos cobertos de neve e imaginávamos a altura das montanhas que atravessaríamos.
Entramos na estrada em direção ao Chile e ela se mostrou poderosa.
Viajamos no outono. De Mendoza, a estrada ia por um aclive leve (ou era impressão minha) coalhada de caminhões brasileiros com cargas com destino ao Chile. Estrada tranquila, bem sinalizada num dia de céu azul.
Não há neve na parte baixa da Cordilheira nessa época do ano, então ela se expunha a nós por suas entranhas. E quão complexa é a geologia de uma cordilheira! Camadas distintas de sedimentos e cores. Muitas cores na cordilheira: todos os tons de verde, um azul aqui e ali, agora tons amarelos e depois o ocre, o terracota, o marrom....
Bem no alto, o Paso de Los Libertadores marca a fronteira entre os dois países. Toda cadeia de montanhas tem um lugar exato para ser transposta - os passos - e, são poucos. Dois ou tres nos Alpes, uns quatro entre Chile e Argentina, uns dois nos Cárpatos e dos Balcãs, nao sei dizer nada. Nunca fui. Ainda!
Chilenos e argentinos se estranham a toda hora, há uma hostilidade velada entre eles. Na alfandega trabalham em cadeiras contíguas, um de costas ao outro. Há uma burocracia razoãvel: nossos documentos pessoais e os do carro na fila argentina com carimbos multiplos; depois o ritual se repete na fronteira chilena. Mesmo sendo uma manhã de meio de semana, gastamos mais de uma hora. A altitude
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