terça-feira, 9 de junho de 2015

11.2 - Minas. Pewter

Pewter é o nome em inglês para a liga de metais composta de 95% de estanho + 3,5% de antimônio + 1,5% de cobre.

Material usado desde a antiguidade, com registro em documentos egípcios e chineses, pois é um material macio, maleável, de fácil manipulação e com baixas temperaturas de fusão (ele começa a perder a resistência a 180° e derrete a 232°, por isso nunca pode ser levado ao fogo.
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Peças em estanho

Desde o século XIV, ele começou a ser minerado na Europa, a partir do minério cassiterita, encontrado em leitos de rios. Era usado em diversos produtos, geralmente utilitários como tigelas, copos e pratos. Nessa época, o estanho era misturado ao chumbo, mas devido à toxicidade deste último, a liga foi paulatinamente abandonada e substituída pela combinação de antimônio e cobre. O primeiro dá resistência e o segundo reforça sua dureza.  Por ser material nobre, semelhante à prata, era amplamente usado pela burguesia das cidades, por volta do século XVIII.

No Brasil, o pewter chegou junto com os portugueses no período colonial, mas a sua produção aqui iniciou-se tardiamente, na segunda metade do século XX, a partir da iniciativa de um inglês, radicado no Rio de Janeiro, John Sommers, em 1968. Hoje ela se concentra totalmente em São João del Rey, em Minas Gerais, onde apenas 8 (oito) empresas exercem a atividade: Del Arte Estanhos, Faemam, Imperial Pewter, John Sommers, Ophicina Pewter e Santa Clara Estanhos. Hoje, são produzidas cerca de 5 mil peças ao mês.
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Logotipo da Faemam
                                                    
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Fachada da John Sommers
                                               
                                              
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Fachada da Del'Arte
                                            

O processo de fabricação é todo artesanal, feito por profissionais qualificados. As peças são fundidas em moldes metálicos, geralmente ferro fundido e depois torneadas e - por fim - recebem dois acabamentos:
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Artesão polindo estanho
                                           
- O polido: é a cor original do estanho, com alto grau de polimento, onde a peça fica toda brilhante e muito semelhante à prata.
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Estanho polido
                                         
- O fosco: seu envelhecimento é conseguido artificialmente, com banhos de imersão em solução ácida, tornando-se fosca.
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Estanho Fosco
                                      

As peças marcadas com o sinal .X., indicam mais alto grau de qualidade e pureza, além da ausência de chumbo.


Em Minas Gerais, as peças mais antigas em Estanho pertencem ao acervo sacro, como castiçais e tocheiros. Em São João del Rey existe o Museu do Estanho John Sommers, responsável pela catalogação e mostra de peças históricas. Como curiosidade, faz parte desse acervo peças resgatadas no litoral da Bahia, a partir do naufrágio de duas naus holandesas - Utrecht e Huys Nassau, em 1648 com grande conjunto de peças de estanharia europeia.
Monumento ao Expedicionário
Sala do Museu do Estanho
                                         

Desde 2012, três empresas associadas à AAPE - Associação dos Artesãos de Peças em Estanho de São João del Rei - contam com o selo IP (Indicação de Procedência) atestado pelo INPI - Instituto Nacional de Produção Industrial e tem valor internacional.

A marca significa reconhecimento de tradição e importância produtiva, por localidades. 39 outras regiões do Brasil atestam esse selo, sendo oito localidades no estado de Minas Gerais; mas esse é outro post.




 




 

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