sábado, 20 de junho de 2015

11.14 - Minas. Ouro Preto; e haja morros

Ouro Preto consolida as informações que começaram ainda em Tiradentes sobre o ciclo do ouro no Brasil. Do início, com os bandeirantes paulistas descobrindo as minas de ouro e  os portugueses chegando ávidos - em nome da Coroa - atrás desse mesmo ouro.

Houve guerra!

Estudávamos na escola como algo vago chamado Guerra dos Emboavas, mas paulistas e portugueses lutaram  pra valer as margens do Rio das Mortes durante dois anos: de 1707 a 1709. Perderam os paulistas, perdeu Borba Gato e os paulistas saíram definitivamente da cena da mineração do ouro no Brasil. Foram caçar índios no Mato Grosso, atormentar o Tratado de Tordesilhas...

E a Coroa Portuguesa chegou com fome de ouro.
Instituiu a taxa de 1/5 do ouro bateiado para ela. Foi muito ouro! Esse QUINTO descia em lombo de burro pela Estrada Real até Parati, onde embarcava para Lisboa.

Foi assim por 150 anos. Em 1792 há o movimento da Inconfidência, com o objetivo de se livrar desse imposto e - por tabela - de Portugal. Deu tudo errado, já sabemos.

Mas não sei o suficiente, preciso entender melhor essa trama. No Museu dos Inconfidentes, aqui em Ouro Preto há uma sala que me impressionou desde a primeira vez que ali pus os pés, há 40 anos atrás. É o Memorial dos Inconfidentes;  uma sala quase nua, com a bandeira do movimento inconfidente ( o triângulo vermelho com a inscrição em latim: libertas quae sera tamen - na parede frontal, um retângulo em pedra com o nome dos inconfidentes julgados e - no chão - a lápide de cada um.

É muito emocionante!

Foi iniciativa do governo Vargas repatriar, em 1942, os restos mortais de cada um. Na sentença, todos, com exceção de Tiradentes, foram condenados ao exílio em Moçambique. Nada sei do que aconteceu a eles. Pesquisa, Edna, pesquisa.

Então, Ouro Preto sempre foi rica e plena de ladeiras. Íngremes. Mantém as mesmas pedras até hoje, massacrando meus joelhos a cada passo. Linda e hostil. Cheia de igrejas suntuosas, expressando o mais cristalino barroco mineiro. A Igreja de Nossa Senhora de Nazaré impressiona pelos seus 400 quilos de ouro, seus altares.

Hoje a economia da cidade corre por conta das mineradoras. Mais de uma dezena delas nos arredores da cidade. O que mineram? Vou descobrir. Parece que estão em crise; na pousada ouvimos algo como 200 demissões. O Sindicato dos Trabalhadores em Mineração esperneia, diz que as demissões são injustas.



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