quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

9.2 - Minas. São Thomé das Letras

São Thomé das Letras, em Minas Gerais, é a sexta cidade mais alta do Brasil, com 1291 metros de altitude. A primeira, Campos de Jordão, tem 1650 metros.
Ela fica a 230 quilômetros de Pindamonhangaba, no ponto mais alto da Serra da Mantiqueira, vindo pela rodovia Dutra até Cruzeiro e depois BR 345, passando por Passa Quatro, Caxambu, depois a BR 383 até Cruzília... até São Thomé  É um subida sem fim, desde Cruzeiro... curvas o tempo todo. Os últimos 35 quilômetros são em estrada de terra, de boa qualidade.

Paramos para conhecer Passa Quatro e nos surpreendemos. Cidade mineira e de montanha, com história construída em cima de uma estrada de ferro. Hotéis grandes, estilo resort - com 4-5 andares enfeiam a paisagem de montanhas, mas garantem bom fluxo de turistas o que permite a cidade oferecer bons cafés, charmosas lojas de artesanato mineiro e as maravilhas de doce e queijos.



Encontrei belas peças de decoração nas lojinhas e quando se tem uma casa nova pra montar, tudo é interessante. Fizemos degustação numa casa de queijos e o meia-cura ganhou fácil. Cremoso, lembrava um brie.





Mas era hora de seguir viagem e - se quiséssemos chegar a São Thomé a tempo de encontrar alojamento,  tínhamos de voltar à estrada. Passamos direto por Caxambu e o seu café no Hotel Glória e por Cruzília e seus queijos.O queijo prato foi inventado aqui, por emigrantes noruegueses. Almoço, então, em restaurante de beira da estrada, bem rapidinho.

E a estrada de terra chegou, bem ali em Cruzília  onde o caminho se entorta para a esquerda. Foram 35 quilômetros que pareceram muito mais pela baixa velocidade. Veja só, passam poucos ônibus por ali, então se pede carona na estrada. A primeira foi a Neuza, com seu jeito de falar arrastado. Estava esperando algum transporte há meia-hora, em pleno sol. Deixamo-la a uns 20 km à frente. Depois foi a dona Ana, que aproveitava o dia de folga para visitar a mãe. As duas nos referiram a Pousada Arco-Íris, então foi para lá que fomos.

Primeiras surpresas: a pedra são tomé, tão exposta em jardins e piscinas do nosso cotidiano vem exatamente de lá, de pedreiras imensas bem nos limites da cidade. Ver toda a cidade calçada com elas mostrou uma solução urbana de sustentabilidade interessante. Muito mais, muitas casas foram, no passado construídas com essas placas de pedras empilhadas, sem argamassa alguma. A pedra - ao corte - é macia como pão, muito fácil de trabalhar. Carreguei um monte para meus mosaicos.









Claro, o por-do-sol no parque municipal, na pirâmide ou no cruzeiro é obrigatória. Todo mundo vai. Então se percebe que - exatamente aqui - é um dos lugares mais altos do Brasil (1291 metros), com uma visão de 360º das montanhas mineiras. Nunca tinha visto tal amplitude de horizontes.

Claro, nenhum gnomo, nada que nos falasse da tal energia cósmica que rola ali. Um lugar bonito, estupendo, mas só isso.





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