Olha o fantasma do prisioneiro chinês em meio às arvores |
Esse parque é parte intrínseca do surgimento de Ushuaia. No início do século XX, como estratégia de ocupação do lugar, momento seguinte à pactuação da fronteira com o Chile, o governo argentino decidiu - a exemplo de outros países - construir um presídio de trabalhos forçados. Tarefa para os próprios prisioneiros. Começou a funcionar em 1914.
Desse parque vinha a lenha necessária ao aquecimento e à cozinha; uma estrada de ferro foi construída para tal. A devastação nessas árvores de dez mil anos foi dramática. Ao andar pelo Parque vê- se centenas de troncos espalhados, imensos troncos de mais de 50 cm de diâmetro. Mesmo com a desativação do presídio em 1962 e a consequente interrupção da corte desenfreado das árvores, com a criação do parque no inicio da década de 90, a vegetação ainda não se recuperou. Talvez precise de um século para isso.
Hoje o parque é um centro de turismo e a ferrovia e o seu pequeno trem a vapor, uma rota de passeio. Todo o parque é contornado pela Cordilheira Fueguina, o finzinho dos Andes. Belos cumes manchados de neve brilhando ao sol de um dia de verão. Rios e lagos, alimentados pelas geleiras na primavera tornam esse lugar um dos mais belos e intensos que já fui.
Mas o homem continuou fazendo bobagens: introduziu castores, oriundos do Canadá, com o objetivo de comercializar sua pele. Trouxe poucas espécies, cerca de 25 casais. Sem predadores, hoje é uma praga no parque e em toda a região. Mais de 200 mil bichinhos se espalham , desorganizando a natureza. Não sei se eles já têm resposta para isso.
Nesse parque fica a Baía Lapataia, uma das pontas do continente. É nela que termina a Ruta Nacional N3, prolongamento da estrada que liga o Alasca à Ushuaia, num total de 17.848 quilômetros. Nem me espantei tanto (mas um pouquinho, sim) que há pessoas que percorrem essa rota de ponta a ponta por todos os meios de transporte possivel: moto, bicicleta, carro, trailer.... penso que ninguém fez este roteiro a pé ainda.
Nesse parque fica a Baía Lapataia, uma das pontas do continente. É nela que termina a Ruta Nacional N3, prolongamento da estrada que liga o Alasca à Ushuaia, num total de 17.848 quilômetros. Nem me espantei tanto (mas um pouquinho, sim) que há pessoas que percorrem essa rota de ponta a ponta por todos os meios de transporte possivel: moto, bicicleta, carro, trailer.... penso que ninguém fez este roteiro a pé ainda.
Há ainda um outro local interessante neste parque: El Correio del Fim del Mundo. É para lá que iam as cartas destinadas aos marinheiros, aos tripulantes dos barcos que tentavam fazer a ligaçao entre os dois oceanos. O Posto de Correio funciona até hoje.
Mandamos postais que um dia chegarão aos nossos lares, repetindo a história milenar do homem que parte,mas anseia o tempo todo por notícias do local a que - de fato - pertence. Mesmo sendo um homem dos mares.
E, um lugar desses, -claro - é uma das sete portas de Atlântida. Já conheço a de Machu Pichu, a de São Thomé das Letras e a de Ushuaia. Onde estarão as outras quatro? Pergunto aos céus e ausculto o centro da Terra...
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