O jegue, mamífero da espécie Equus asinus, eh encontrado espalhado por todo o planeta e sempre associado a transporte de cargas, pela sua grande resistência. Claro que jegue eh uma denominação regional aqui do Nordeste. Alhures ele eh conhecido como jumento e me lembro dos portugueses chamando-o de asno.
Não consigo identificar a associação deste animal a adjetivos pejorativos ou associados a inferioridade que a sociedade lhe confere. Não conheço a história de onde tudo começou.
Esse bichinho de cara pacata, 400 quilos e 1,30 m de altura que durante a ocupação do nordeste pelo homem branco foi o seu meio de transporte, hoje eh um animal sem valor comercial, abandonado pelos seus donos nas estradas e terrenos baldios, a sua própria sorte.
Me pergunto se a espécie não corre risco de extinção. Ouvimos a história que o prefeito de São Raimundo encheu um caminhão de jegues e os soltou numa área do Parque. Eh a mesma história dos cachorros abandonados.
No Rio Grande do Norte há uma experiência interessante, criada a partir do alto número de acidentes envolvendo jegues e carros, com alto índice de mortes. Foi criada, a partir do Ministério Público, um Centro de Proteção a esses animais encontrados abandonados nas estradas com a presença de tratadores e veterinários. 900 jegues já foram capturados. Nenhum dono reclamou o patrimônio. Que fazer com eles? Ninguém sabe.
Outra coisa para se pensar: desde 2012 o Brasil assinou acordo comercial com a China para a venda de 200 mil jegues por ano para fins comestíveis. Hambúrguer de jegue! Parece que isso não pega no Brasil, pela barreira cultural.
- Comer carne de jegue?
- Nem morto!
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