Depois de quatro viagens à região sudeste do Piauí, digo entusiasmada: Vale!
Talvez o que me assustasse no Piauí fosse a ausência de praias e o intenso calor. Como temos a cultura de férias na praia, nosso limite é Fortaleza. Paramos ali. Claro, conta muito o preconceito do sudoeste do país com o Nordeste, com a miséria e com o seu povo, exposto de maneira indubitável nas últimas eleições, em outubro de 2014.
Desconstruí todas essas premissas que estavam impressas no meu cérebro e hoje tenho um carinho especial por aquele estado e quero conhecê-lo melhor. Primeiro o seu povo: pacífico, gentil, afetivo e hospitaleiro. Tratam o estrangeiro sempre com boas-vindas e tentam ajudá-lo da melhor maneira possível.
Só uma história dessa viagem: estava comprando água e água-de-coco numa mercearia em São Raimundo. Na hora de pagar, percebi que a carteira tinha ficado no hotel e só tinha dinheiro para a água. Não é que o garoto que me atendeu (um jovem duns 16 anos) abriu a embalagem da água-de-coco só para eu "tomar um golinho". Situação impensável de acontecer por aqui, onde vivo. Local de capitalismo moderno.
Depois do povo, as paisagens: o sudeste do Piauí está cheio de serras de origem sedimentar pois lá, antigamente, foi fundo de mar. Então conhecer as cuestas, os paredões de arenito arredondado em tons de vermelho e laranja, os desfiladeiros e as grutas é estupendo. Se a tudo isso você colocar a vegetação: ora a Caatinga, característica do semi-árido ou os resquícios de Mata Atlântica que cresce onde a água é farta, tudo fica perfeito.
Só para terminar de falar bem do Piauí, lá estão expostas em forma de figuras e gravuras a história de um povo que habitou o continente há - pelo menos - 20 mil anos atrás. E isso é superlativo.
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