terça-feira, 30 de dezembro de 2014

10.6 - Patagônia. O naufrágio do Monte Cervantes


Monte Cervantes era um navio de luxo, pertencente à companhia alemã Hamburg Sud, dedicado à cruzeiros pelo mundo. Operando desde 1927, tinha a capacidade para 1117 passageiros e uma tripulação de 330 homens. Como o Titanic, só que 25 anos depois e movido a óleo diesel, conseguindo desenvolver a velocidade de 15 nós.


O barco, em 1930, saiu de Buenos Aires em 15 de janeiro com destino à Terra do Fogo, pelas ilhas argentinas e chilenas. 

No dia 22 de janeiro aportou em Ushuaia, que - à época - tinha 800 habitantes, três ruas e seu malfadado presídio. Liberou os mil e tantos passageiros para uma passeio à cidade para esticarem as pernas em terra firme e, ao cabo de algumas horas, seguiu viagem com destino à Patagonia chilena, navegando pelo Canal de Beagle.

Na região das Ilhotas Eclaireurs, um monte de rochas onde fica o Farol do Fim-do-mundo,  num erro de rota, o navio bateu nas pedras que abriu um rombo de 20 metros em seu casco. Acidente Fatal!


Todos os passageiros foram resgatados nos 30 botes salva-vidas. Nenhum morreu. A única vítima foi o capitão do navio, Theodor Dreyer, que ainda estava no navio quando ele adernou.


Os 1346 náufragos ficaram acolhidos no pequeno povoado de Ushuaia por quase uma semana, quando foram resgatados por outro navio da mesma companhia, o Monte Sarmiento, que os levou de volta a Buenos Aires.


Por 14 anos, a metade do navio adernado ficou à vista no Canal de Beagle. Em 1943 começou a operação de mexer em seus destroços. 10 anos depois, ao ser rebocado, afundou definitivamente, estando até hoje sepultado a 100 metros de profundidade, no Canal de Beagle.


Toda esta história emocionante e pouco conhecida está contada no Museu Maritimo de Ushuaia.

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