quinta-feira, 6 de setembro de 2012

2.8 - Petrolina em suas entranhas

Cidade plana, de céu azul intenso, poucas ou nenhuma nuvem, vento do rio constante de maio a setembro. Essa foi a melhor surpresa: clima semi-árido e seco, me preparei para um calor infernal. Nada disso! A brisa que sopra diuturnamente deixa a cidade aprazível.

Cidade de 250 mil habitantes, com algumas largas e estratégicas avenidas que fazem o transito fluir. Gastei a manhã andando pela cidade, um pouco a pé, um pouco no carro alugado a R$ 80,00 ao dia. Fui conhecer o centro de artesanato Mestre Quincas onde 3 homens sentados faziam esculturas em pau de umburana(será isso?). O motivo básico são as carrancas (imagens de monstros que eram colocadas nas proas  dos barcos do rio para afugentar os maus espíritos (são muito semelhantes na crença e na forma aos dragões que encontrei na Tailandia), mas também há variações de barcos, anjos e bichos da fauna local. Levo comigo uma carranca como recuerdo.



Depois o Museu. Figuras históricas são Lampião, Dom Malam e Nilo Coelho, em ordem cronológica crescente.Talvez me simpatize mais com Lampião que preenche nosso imaginário como Justiceiro popular, numa terra de oligarquia dura a favor dos coronéis. Lampião morreu em 38 em Angico, Sergipe numa emboscada da policia alagoana. Alinças politicas desse Nordeste! Como documento da morte dele sua cabeça foi decapitada e guardada em formol e mais tarde exposta em algum museu da região. Mesma sorte teve sua parceira - Maria Bonita! Nem faz muito tempo que seus descendentes fizeram um movimento judicial e popular para o sepultamento de suas cabeças que hoje descansam em paz em algum cemitério. Noooossa, nao sei nada da história do Cangaço!



Depois, a Catedral, do visionário Dom Malam. Catedral em estilo gótico, de 800 lugares (sentados) e belíssimos vitrais franceses. Construída na década de 20, quando esta cidade ainda era uma aldeota. Gosto mais dele ao saber que construiu - salesiano como era - grandes colegios para meninos e outro para as moças. Colégios que 90 anos depois ainda sao referencia na cidade. A crítica que se faz hoje aos grandes colégios católicos no Brasil é que eles tiveram ( e ainda têm) a missão de educar a elite. Aos menos desfavorecidos, as escolas públicas do governador Nilo Coelho......

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