A Air Ethiopian é a bola da vez em passagem barata, ficou menos de 1.000 dólares ida e volta até Bangkok. Então o voo está cheio de jovens, mais um grupo de 50 pessoas que vão para Roma.
7:30 horas depois aterrisamos em Lomé, no Togo, para uma escala de abastecimento de 1 hora. Não podemos sair do avião; 2 ou 3 passageiros desceram; os únicos negros a bordo. Provavelmente a maioria vá para a Ásia mesmo. O casal ao meu lado - em lua-de-mel, vai para Bangkok.
As línguas oficiais da viagem são o armaric e o inglês. De vez em quando algum aviso sai em francês também e até em português. Adorei a sonoridade do armaric, a língua etíope; é um som aveludado ; com muitas vogais e o tch é uma raiz sonora muito frequente. É da mesma raiz da língua árabe. Impossível entender algo, apenas a palavra aeroplano , de maneira muito nítida. Sei lá como aconteceu essa inserção.
A escrita é um desenho e tento adivinhar se ela vem da esquerda para a direita ou vice-versa. Meu vizinho palpita que, como o ponto final está a direita, deve começar à esquerda.
A música me surpreendeu: no áudio do avião estão listados 150 CDs de música africana e mais 150 de música etíope. Conheço 5! Angelique Kidjo, Youssou N'Dour, Miriam Makeba, Cesaria Evora e Vusi Mahlasela! Dos etíopes, nenhum.
Foto da tela com a exibição da capa dos CDs. |
Alguém comentou:
- ele parece mais uma rodoviária que um aeroporto.....
Corredor do aeroporto, com lanchonete |
O que é interessante aqui?
- As roupas tribais. São mal feitas e de tecido barato. Aqui não vale a pena.
- Há um tecido tribal, retangular duns 3,00 metros por uns 60 centímetros. Daria um belíssimo caminho de mesa, não fosse tão longo. Como tem barrado nas extremidades, não dá para adaptar.
- Café Etíope: existe em todas as lojas tanto em grão quanto em pó. Na volta, vou levar.
- Mesquita improvisada, com tapetes voltados para Meca, apesar de só 30% da população ser muçulmana. A Etiópia tem maioria cristã!
- Mesquita improvisada, com tapetes voltados para Meca, apesar de só 30% da população ser muçulmana. A Etiópia tem maioria cristã!
Ah, essa preciso contar: encontrei a minha amiga Célia Kalil, vizinha da rua Vitório Basso aqui no aeroporto. Ela integra o grupo de 50 pessoas, organizada pela Canção Nova, em visita à Terra Santa, via Roma.
Se todos os caminhos levam à Roma, porque esta rota africana não levaria? Mas é bizarro, convenhamos. Elas já podiam estar lá, confortáveis num hotel ao invés de andar a esmo nesse aeroporto barulhento .
11 da noite, a maioria dos aviões já saiu e o aeroporto começa a ficar acolhedor, mais silencioso, mais cadeiras disponíveis.
Esse contato rápido com o país me instigou, quero voltar para ir a Lalibela, uma cidade que possui um complexo de igrejas do século XII, escavadas na rocha, de cima para baixo. Quero aprender mais sobre o país; por alguns dias perceber o mundo a partir da África, como no mapa da companhia aérea, donde Adis Abeba é o centro de tudo.
Daqui a pouco embarco para Bangkok. Se aqui a diferença de fuso horário é de 6 horas, lá na Tailândia e em todo o meu roteiro será de 10 horas.
Dormi bem depois do jantar graças ao Valium. Acordei com frio e as luzes da cabine acesas para o serviço do café: ovos mexidos, salsicha, cogumelos com pão e suco de laranja.
Agora o sol começa a nascer no mar de Andaman e entramos no espaço aéreo de Myanmar. Estamos com 24 horas de viagem contando as paradas. A chegada é breve. Menos de 2 horas.
Tenho hotel reservado em Bangkok no centro histórico. Preciso trocar algum dinheiro no aeroporto; dólar por bath , a moeda tailandesa. Começo com 50 dólares.
Pé na estrada, agora. O tempo de voo acabou.
Que Maravilha, poder de certa forma, participar de tudo isso com você. Sinto me privilegiada!!
ResponderExcluirSão privilégios mútuos.
ExcluirÓtimo Edna continue registrando. Me conta.... Me conta...
ResponderExcluirMesmo atrasado, você vai saber de tudo!
Excluir