sábado, 22 de abril de 2017

13.2 - Ásia - O voo.


Uhuu! Na Ethiopian Airlines passageiros com mais de 60 anos tem prioridade de embarque, antes mesmo da Classe Executiva. Fui uma das primeiras a embarcar... Tinha feito o check-in em casa, nenhuma fila. Para o check-in no balcão a fila era de mais de 100 pessoas, suponho.

A Air Ethiopian é a bola da vez em passagem barata, ficou menos de 1.000 dólares ida e volta até Bangkok. Então o voo está cheio de jovens, mais um grupo de 50 pessoas que vão para Roma.

7:30 horas depois aterrisamos em Lomé, no Togo, para uma escala de abastecimento de 1 hora. Não podemos sair do avião; 2 ou 3 passageiros desceram; os únicos negros a bordo. Provavelmente a maioria vá para a Ásia mesmo. O casal ao meu lado - em lua-de-mel, vai para Bangkok.

As línguas oficiais da viagem são o armaric e o inglês. De vez em quando algum aviso sai em francês também e até em português. Adorei a sonoridade do armaric, a língua etíope; é um som aveludado ; com muitas vogais e o tch é uma raiz sonora muito frequente. É da mesma raiz da língua árabe. Impossível entender algo, apenas a palavra aeroplano , de maneira muito nítida. Sei lá como aconteceu essa inserção.
A escrita é um desenho e tento adivinhar se ela vem da esquerda para a direita ou vice-versa. Meu vizinho palpita que, como o ponto final está a direita, deve começar à esquerda. 



Texto em armaric, fotografado de um livro exposto numa livraria do aeroporto

A música me surpreendeu: no áudio do avião estão listados 150 CDs de música africana e mais 150 de música etíope. Conheço 5! Angelique Kidjo, Youssou N'Dour, Miriam Makeba, Cesaria Evora e Vusi Mahlasela! Dos etíopes, nenhum.

Foto da tela com a exibição da capa dos CDs.

Depois de 13,5 horas de voo, chegamos ao aeroporto de Addis Abeba, na Etiópia.  É um aeroporto pequeno, cheio e feio. Muito barulhento nessa hora, com música alta e centenas de pessoas falando... 

Alguém comentou:
-   ele parece mais uma rodoviária que um aeroporto.....

Corredor do aeroporto, com lanchonete

Dois corredores e 3 filas de comércio, cadeiras espalhadas aqui e ali, muita gente sentada no chão.

O que é interessante aqui? 
- As roupas tribais. São mal feitas e de tecido barato. Aqui não vale a pena. 
- Há um tecido tribal, retangular duns 3,00 metros por uns 60 centímetros. Daria um belíssimo caminho de mesa, não fosse tão longo.  Como tem barrado nas extremidades, não dá para adaptar.
- Café Etíope: existe em todas as lojas tanto em grão quanto em pó. Na volta, vou levar.
- Mesquita improvisada, com tapetes voltados para Meca, apesar de só 30% da população ser muçulmana. A Etiópia tem maioria cristã!

Ah, essa preciso contar: encontrei a minha amiga Célia Kalil, vizinha da rua Vitório Basso aqui no aeroporto. Ela integra o grupo de 50 pessoas, organizada pela Canção Nova, em visita à Terra Santa, via Roma.

Se todos os caminhos levam à Roma, porque esta rota africana não levaria? Mas é bizarro, convenhamos. Elas já podiam estar lá, confortáveis num hotel ao invés de andar a esmo nesse aeroporto barulhento .

11 da noite, a maioria dos aviões já saiu e o aeroporto começa a ficar acolhedor, mais silencioso, mais cadeiras disponíveis.

Esse contato rápido com o país me instigou, quero voltar para ir a Lalibela, uma cidade que possui um complexo de igrejas do século XII, escavadas na rocha, de cima para baixo. Quero aprender mais sobre o país; por alguns dias perceber o mundo a partir da África, como no mapa da companhia aérea, donde Adis Abeba é o centro de tudo.

Daqui a pouco embarco para Bangkok. Se aqui a diferença de fuso horário é de 6 horas, lá na Tailândia e em todo o meu roteiro será de 10 horas.

Emabarcando em Adis Abeba rumo a Bangkok

Dormi bem depois do jantar graças ao Valium. Acordei com frio e as luzes da cabine acesas para o serviço do café: ovos mexidos, salsicha, cogumelos com pão e suco de laranja.

Agora o sol começa a nascer no mar de Andaman e entramos no espaço aéreo de Myanmar. Estamos com 24 horas de viagem contando as paradas. A chegada é breve. Menos de 2 horas. 

Tenho hotel reservado em Bangkok no centro histórico. Preciso trocar algum dinheiro no aeroporto; dólar por bath , a moeda tailandesa. Começo com  50 dólares. 

Pé na estrada, agora. O tempo de voo acabou. 

4 comentários:

  1. Que Maravilha, poder de certa forma, participar de tudo isso com você. Sinto me privilegiada!!

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  2. Ótimo Edna continue registrando. Me conta.... Me conta...

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