Foi uma manhã fria de domingo quando nos encontramos em Viracopos; Glória, Pily e eu, com destino à São Raimundo Nonato, no Piauí, numa longa viagem que começava com um vôo da Azul - de Campinas a Salvador - e depois, de Salvador a Petrolina. Por fim, num carro alugado em Petrolina, mais 4 horas de viagem até São Raimundo, no sudoeste do Piauí, o nosso destino final.
Foi a primeira vez que viajamos pela Azul. Boa experiência! Avião pequeno, fabricado pela Embraer, com quatro poltronas por fila, uns 120 lugares, suponho. Pontualíssimo; tive sensação de aparelho ágil.
Agora estamos em Salvador, dentro do aeroporto, numa área de alimentação. Talvez o último espaço de alimentação cosmopolita. A tradição é comida de aeroporto com gosto de isopor.
Essa viagem tem um objetivo claro: pesquisas na FUMDHAM - Fundação do Homem Americano, entrevistas em campo que nos permita ter material suficiente para um livro sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara, um dos lugares mais bonitos do Brasil e que os brasileiros ignoram.
Ignoram por falta de informação, ignoram por termos uma cultura litorânea e adoramos férias em praia e - por fim, ignoramos porque o acesso é muito difícil.
No avião, vindo para cá contava à Pily como descobri a Serra da Capivara: nem era a minha opção; vinha para Petrolina, interessada nos vinhos do Vale do São Francisco e pela proximidade - se é que 300 - 400 km sejam perto - acabei acoplando a Serra da Capivara à viagem.
Voltei encantada e enfeitiçada. Os sítios arqueológicos, pleno de pinturas rupestres a céu aberto - únicas no mundo - me cativaram. Daí a nascer um projeto de um livro sobre elas foi só mais um passo.
10 meses depois, volto pela terceira vez, agora com as "meninas de Espanha", para mais uma furiada.
Desta vez, Niéde Guidon, a figura máxima desta historia estará ausente. Não teremos seus depoimentos contundentes. Todavia, é ocasião única de compreendermos como as coisas funcionam sem ela.
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