quinta-feira, 17 de março de 2011

1.7 - Até Cordoba, até Mendoza.

Saímos de Federal lá pelas nove, dez da manhã.
O café da manhã naquela espelunca era de chorar: 1 envelope com leite em pó, outro com café solúvel e duas bolachas. Abastecemos o carro, trocamos dinheiro no caixa eletrônico, melhor, fizemos saque com cartão de crédito e rumamos para frente.

Nossa próxima cidade: Santa Fé, que alcançamos por volta do meio-dia. Valia uma parada, ah, se valia, mas não paramos. Cruzamos a ponte sobre o rio Paraná, (quem diria que reencontraria estas águas tão longe!) e rumamos na direção de Córdoba, umas duas horas à frente.

Córdoba! Tumultuada chegada! Chovia e a busca por hotéis, sem mapa ou reserva estressou. Depois dumas três tentativas, achamos um hotel central, bem localizado, razoável e decadente. Deixamos as malas e carro e nós pusemos a caminhar. Cidade universitária, com algumas das melhores universidades do país, Córdoba foi a Capital Sulamericana da Cultura em 2010. Tem um passado jesuítico, onde no século XVIII funcionava o maior complexo cultural-religioso da Ordem dos Jesuítas. Igrejas suntuosas, colégios em estilo barroco, falando da opulencia da Terra dos Céus para os índios Guaranis.




Como cidade colonial, Córdoba conserva edifícios de impressionante beleza arquitetônica, conjugando estilos, valores e culturas europeias e indígenas. Considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, a série de construções realizadas pelos jesuítas durante o século XVII e princípios do século XVIII representa uma das principais atrações do centro histórico da cidade.

A principal atração em Córdoba é a Manzana Jesuítica: uma quadra de edifícios construídos pelos jesuítas durante o século XVII e princípios do século XVIII, incluindo colégios, templos e residências. Destaca-se a cripta do antigo noviciado, um impressionante templo subterrâneo; a igreja de la Compañia de Jesus, que é o templo mais antigo da Argentina, e o edifício da primeira universidade do país, atualmente transformado em museu histórico da Universidade Nacional de Córdoba.




O edifício religioso mais importante da cidade é a Catedral de Córdoba, cuja construção foi iniciada no século XVI. Arquitetonicamente combina elementos neoclássicos, românticos e barrocos, junto com detalhes indígenas. Na decoração do interior destacam-se as pinturas da abóbada principal e uma variedade de adornos contemporâneos. 




 Há, espalhados pela cidade, galerias de arte,  artesanato em cerâmica e madeira pensado a partir das estancias de gado locais, livrarias, bares, muitos bares a dar conta da agitada vida estudantil local.


 Praça Central mostrando Alexandre em frente ao painel ilustrativo do Bicentenário da cidade.
 Enquanto perambulávamos pelo centro, numa esquina uma surpresa: o Café Sorocabano. O que teria a ver com a distante Sorocaba, cidade onde passei boa parte da minha vida?



Num dos bares, uma cervejaria artesanal paramos ao entardecer, para dar conta da conversa, das impressões inicias da Argentina. Para a noite programamos jantar no "Parrilla do Raul" que o Lonely Planet classificava como o melhor restaurante de comida local da cidade, longe do circuito central. Um taxi nos deixou lá.

Restaurante com jeitão de clássico, uma casa com várias salas. Sentamos e pedimos vinho (nao sei o nome) e Alexandre, com brilho nos olhos, pediu una parrilla para dos. O garçom olhou-nos nos olhos e insitiu:
- Tem certeza que é uma parrilla mesmo? Alexandre, muito convicto:
- Sim. O garçom insistiu:
- Uma parrilla vem com chorizo, linguiça, rins, intestinos, bife e - não tenho certeza - testículos.
- É isso mesmo, afirmou muito seguro, o Alexandre.

 Na minha cabeça, veio a lembrança de um chouriço que havíamos comido em Buenos Aires dois anos atrás e sabia que iria apreciar o chouriço, a linguiça e o bife. Os outros miúdos ficariam por conta do Alexandre. Bem, o chouriço tinha cominho, uma especiaria que eu não gosto e que trava todo o meu paladar. 
 - Não foi desta vez, comentamos. Vamos ver o próximo...... e voltamos para o hotel. 

No outro dia, café da manhã com café-com-leite, media lunas e geleia e pé na estrada. Rumo a Mendoza, numa estrada sem fim. Pista única, quase desértica. 

Em algum momento, o marcador de gasolina começou a afundar e nada de posto de abastecimento. Nada de informações. Quanto tudo estava a perder-se, encontramos um marco dividindo a província de Cordoba da de São Luiz. Para agradar, só a informação: proximo posto a 70 km. 

Chegaremos? 

Chegamos no sopro...... Parada para abastecer, comer algumas empanadas e continuar viagem. Finalmente chegamos a Mendoza, umas 4 da tarde. 

Nos hospedamos no Hotel Aconcágua, para descontar a espelunca da véspera. Na cidade um Encontro Internacional da Harley-Davidson, fez a cidade coalhar de roupas de couro, roqueiros grisalhos e motos potentíssimas. Foram 3.561 km rodados até agora.

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