domingo, 23 de abril de 2017

13.5 - Ásia - Domingo em Bangkok


Foi com mordacidade que enviei a foto do café da manhã ao Alexandre; ele ironizou me falando do peixe frito com curry e arroz que me esperavam. Nada disso: Bangkok se modernizou e qualquer hotel serve frutas, ovos mexidos, café expresso e leite; pão de forma e manteiga 😋.

Café da manhã no hotel em Bangkok
Fazia uns 38 graus quando saí à rua e o sol era coruscante. A manhã era dedicada ao sagrado e à história da Tailândia. Depois dos 10 km caminhados ontem, a prudência pedia um táxi. Táxis são baratos aqui, a maioria fica em 5 ou 6 reais. Chegando perto do palácio foi me impressionando a quantidade de pessoas vestindo preto. 

Tailandeses a caminho do Palácio Real a prestar homenagem ao Rei Bumiphol, morto em outubro de 2016.
Esta garota  - por exemplo - na maior elegância, em um conjunto de seda tailandesa, mas seus pés - pobre deles - não suportaram o sapato na caminhada! Ao longo do dia fui percebendo que a cidade inteira veste preto: os taxistas, os jovens, as criancinhas. Vi um menino de dois anos, todo em negro. Bem, Bumiphol foi rei por 68 anos! Já estava no espírito das pessoas uma certa eternidade.

O sol do meio-dia começou a machucar. Comprei um chapéu! Havia visto 
um bem elegante na loja do palácio. Devia ter comprado; quando o desespero abateu, a loja estava fechada. A diferença de preço é brutal: 25,00 reais aqui e R$150,00 em Paraty para qualidade semelhante. Bem, fiquei sem meu lindo chapéu, mas comprei outro na lojinha do outro lado da rua; qualidade um pouco inferior, mas causa da mesma maneira. Aprendi a pechinchar e saiu por R$ 20,00.

Caminho da Iluminação. Estreando meu chapéu.

Depois da visita ao templo Wat Mahadhatu, um smoothie de morangos, porque ninguém é de ferro. Táxi e hotel, pulando o almoço. Espantei - me com a intensidade do sono da tarde. Ressaca da viagem ainda, meu corpo se recusava a sair da cama. O ar condicionado é tão frio que se fica embaixo de edredom. Não há lençol para cobrir, só edredom.

Anoiteceu, Chinatown. A vibração das comidas de rua... Estou ficando velha; mesmo com fome, olhava aquelas barracas de higiene duvidosa e me arrepiava. Frutos do mar aos montes sem gelo algum, pratos sem lavar... e milhões de pessoas comendo.

Pato laqueado de Pequim. Afinal é Chinatown!

A Ásia não seria a Ásia sem seus mercados noturnos...
E eu só andando e espiando. Os patos laqueados me lembrou Málaca, na Malásia. Senti-me segura para arriscar uma panqueca recheada com o pato e seu molho adocicado. Mas não era comida tailandesa e me senti covarde. Continuei andando espremida entre os carros e as barracas até que encontrei uma barraquinha onde uma brava jovem, com uma perna na boca do fogo e outra em um ventilador roxo, preparava o Pad Thai, a minha comida tailandesa preferida . Parei, encantada: acompanhei-a fritando os noodles, adicionando o broto de feijão, 2 molhos de garrafas diferentes, mais um pouquinho de óleo. Afasta um pouco na wok, quebra o ovo, joga o frango picadinho, cebolinha  verde e amendoim torrado. 

Quem resiste a essa iguaria?

Esqueci o prato sujo, a higiene dos ingredientes e pedi o meu. Havia chegado à Tailândia que habitava a minha memória... estava feliz!

Mil espetinhos para se escolher. Qualquer um vale.
Depois o hotel e todos os preparativos para partir. Amanhã mudo de país; vou para Burma, um país com quem tenho um caso de amor há 10 anos.

2 comentários:

  1. - Esse café da manhã abre todas as possibilidades de eu voltar para a Tailândia! RS! É exagero, mas.. . Meu Deus.. 10 meses sem café com leite?! Que força eu tinha aos 17 anos..
    - também aos 17 anos eu me preocupava com a higiene..mas a esquecia logo ao comer meu pad Thai.. valia a pena ignorar os ratos do mercado (lembra?! Achei que um garotinho brincava com um gatinho, tão meigo.. mas era um rato! Socorro!)

    Muito curioso todos estarem de Preto, em um lugar que eu não conseguia entender a lógica de combinação de estampas.

    Amando cada descrição, cada detalhe, cada cheiro que sinto daí..

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