domingo, 30 de abril de 2017

13.12 - Ásia - O Mercado de Jade em Mandalay

Jade é um mineral valioso, muito! Em algumas culturas aqui na Ásia, vale mais que ouro, principalmente na China, o maior mercado consumidor.

Placas de Jade no Mercado de Mandalay
Sua fórmula química é NaAlSi(2)O(6). Sei lá como se fala isso; arrisco Óxido Silicato de Sódio e Alumínio, mas deixo para os especialistas me dizerem isso.

Pois bem, Myanmar tem - no estado de Kachin - as maiores minas de Jade do mundo. As minas são do governo e durante muitos anos da ditadura militar estiveram fechadas (se bem que a exploração clandestina existiu sempre).

As condições de trabalho das pessoas que mineram o jade são terríveis e parecidas com a dos garimpeiros brasileiros de ouro. Todo mundo já ouviu falar das condições de trabalho de Serra Pelada. É igual, talvez com menos gente...

O impacto ambiental é assustador: montanhas de terra são retiradas, vasculhadas, deixando grandes crateras no lugar. E se é uma coisa que não existe em Myanmar é preocupação com as questões ambientais.

Aqui em Mandalay há um mercado de Jade e eu queria conhecê-lo. Na minha cabeça seria um prédio grande, até com uma certa imponência, devido ao valor do produto comercializado. Nem me surpreenderia se desse com um edifício vitoriano de tijolos vermelhos, a marca da colonização inglesa aqui.

Nadinha!

É uma grande feira ao ar livre!

Barraca vendendo grandes placas de Jade

Dezenas de barraquinhas instaladas sobre um chão de terra batida cheio de lixo (e como há lixo espalhado nas ruas aqui!), misturadas com centenas de motos. Quase não há espaço para andar.

Zilhões de motos fazem o cotidiano de toda a Ásia. Em Mandalay havia concentração delas.
Demorou para cair a ficha. Onde estava meu mercado de tijolos vermelhos? Onde uma bolsa de valores de Jade? Pois é, estava com meus valores ocidentais!

Grande Pedras de Jade
Pedras de todos os tamanhos e cores- sim, cores! Jade não é só verde como eu acreditava . Além de todos os tons de verde, há o branco, o preto e o lilás. 

Lilás? Jade lilás?



Jade Lilás
Os compradores estão lá. De lanterna em punho para avaliar a qualidade do material, escolhem ou refugam, dependendo de seus interesses.

Jade Verde,  Jade Branco, Jade Lilás, Jade Negro
Fui e voltei à pé os 4 km do caminho. Foi a mais rica caminhada da Ásia. Sem apelo turístico algum, as pessoas se expressavam como realmente viviam. Desde a mulher que pegava água no poço e banhava seu filho até as pessoas que se sentavam à sombra em amplas cadeiras para fugir do calor.

Poço de rua em Mandalay

Água é sempre bom....
Vi inúmeros mercados de rua, o que as lojas vendiam, os templos do caminho, as bancas de Betel, muito lixo espalhado. Vi uma igreja católica e pessoas ajoelhadas rezando.

Apenas 1,5% da população é católica

Não descobri o Santo Padroeiro da Igreja
500 mil motos e 10% usando capacete.  Por fim, com o sol torrando, a temperatura aos 38 graus (para mim, sentia uns 45 graus!), encontrei uma carrocinha vendendo a salada do dia. Só parei pra ver. Uma cliente me trouxe uma porção para provar. Interessante se minha energia não tivesse acabado. 

Apetitoso carrinho de saladas nas ruas de Mandalay. pela manhã ainda dá para encarar, tá tudo fresco!
Foram quase 10 km embaixo do sol e sombra da Ásia, mas havia valido a pena cada passo.

sábado, 29 de abril de 2017

13.11 - Ásia - Mandalay


Cheguei ontem a Mandalay. A cidade das 3 cores: vermelho, verde e branco. Vermelho do rubi, produzido nas minas de Mogok, verde do Jade de Hpa Kant e branco da heroína produzida a partir dos campos de papoula nos estados no norte, verdadeiros feudos independentes, governados pelos barões da droga.

Vim de Bagan num mini-ônibus com ar condicionado; numa viagem de 4,5 horas no sentido norte do país, margeando o rio Irrawaddy. Viajei por uma região muito, muito pobre. Muito pior que o sudoeste do Piauí, que conheço bem de antes e depois do bolsa-família e da Caritas. 

Tenho grande orgulho saber que tivemos competência para implementar um dos mais eficientes, se não o mais - programa de distribuição de renda do mundo!

Para arrepio dos amigos de Moro, Suu Kyi - a presidente velada e Premio Nobel da Paz - por sua resistência pacífica à ditadura e seus 18 anos de prisão domiciliar (uma história muito semelhante à Nelson Mandela), começa a adaptar nossa experiência em combate à pobreza aqui. Em dois estados do norte do país começa a distribuir 12 dólares ao mês - durante 2 anos - para cada gestante, visando combater a alta taxa de mortalidade infantil.

Primeira Página - programa de distribuição de renda para combater mortalidade infantil

Uma coisa legal da viagem foi que o ônibus me pegou num hotel e deixou na porta do outro.

Mandalay, mesmo com seus 1,2 milhões de pessoas é muito fácil de se orientar, todas as ruas são indicadas por número. Tá certo, não tem placa de indicação, mas as pessoas conseguem te informar. E tem o Google Maps e  a maravilhosa bolinha azul. 

Cheguei na noite de sábado com pouco dinheiro local, casas de câmbio fechadas, mesmo assim arrisquei jantar num restaurante perto do hotel, cheio de mesas no terraço (aqui só se come ao ar livre), cheio de pessoas locais tomando uísque com gelo..

Fui até o balcão e escolhi milho verde, quiabo, bolinho de peixe e uma posta de peixe enrolada em folha de bananeira. Tudo é braseado rapidamente e se come com arroz e um molho mais ácido que apimentado.

Jantar em restaurante em Mandalay

Ah, chopp geladinho também!

Planejei ficar 3 dias na cidade, escolhi um hotel central, perto do antigo palácio real. Mandalay foi a Capital de Myanmar até 1885, quando os ingleses chegaram e condenaram o rei Thibaw ao exílio no sul da Índia. Li há algum tempo o livro The Glass Palace, de um escritor indiano - Amitav Gosh. É a saga em 3 gerações dos indianos que viviam na Birmânia (o país só se chamaria Myanmar em 1989). Nele, é descrito com primor literário o séquito - em carros de boi - da família real deixando o palácio rumo a um navio inglês estacionado no Irrawaddy. Até tentei fazer esse mesmo caminho, mas o calor de 40 graus desestimulou a empreitada de 5 km.

Bem, o Palácio real foi transformado em forte militar - Fort Dufferin - durante a ocupação inglesa. Tinha a mesma lógica de tantos palácios ou cidades imperiais já visitados: um complexo de edifícios, construídos em madeira cumprindo as funções administrativas, militares e pessoais da Corte. Durante a segunda Guerra Mundial - e ela foi feroz na Ásia - os japoneses bombardearam e destruíram todas as instalações. Tudo se tornou fogo! Foi reconstruído em 1990 pela Junta Militar que - de novo - não teve o cuidado histórico de usar os mesmos materiais originais.

Visão geral do complexo de edifícios do Palácio Real - Mandalay

Visão do muro e fosso que escondem o Palácio Real
Preciso confessar: não fui visitar o Palácio. Tentei. Como o assédio dos taxistas e moto-taxistas é muito intenso, decidi caminhar os 4 km que se separavam o meu hotel da entrada para visitantes do Palácio. Eram duas da tarde e - talvez o dia mais quente da minha vida; acima dos 40 graus. A bilheteria fechava as 15 horas e - na metade do caminho - exausta, vi que não conseguiria chegar a tempo. Fiz meia volta e desisti... As fotos foram copiadas da internet.

Dia seguinte comprei um tour para visitar os arredores da cidade: valeu a pena. Um concentrado de atrações e um guia que adorava fotografar.

13.10 - Ásia. Bagan

Bagan, no centro de Myanmar, às margens do rio Irrawaddy, cujas águas cortam o país de norte a sul, é um sítio arqueológico de 13 x 8 km e abriga mais de 2.500 monumentos budistas, dos séculos X a XIV.


Vista aleatória da paisagem em Bagan
Foi a primeira capital do Reino de Myanmar, quando o país foi unificado, por volta do ano 1.000. A população primitiva migrou do sul da China no século IX, através do curso do rio Irrawaddy. As populações primitivas praticavam o budismo em variadas formas e também o hinduísmo. A cultura do império de Bagan era baseada na religião. Em seu tempo de potencia econômica e religiosa construiu mais de 10 mil templos em seu árido e plano solo.


Solo árido e plano na região central de Burma. Impróprio para agricultura
A partir do século XI, o Budismo Theravada se tornou a religião oficial do reino. O que já consegui compreender é que o budismo, enquanto religião de estado, ajudava a formatar o poder nesses reinos tão jovens. Em vários reinos, um milênio atrás, sábios monges eram convidados a vir ensinar (e convencer) o rei e sua corte dos fundamentos da religião. Difundi-la era prioridade para dar unidade e hegemonia aos territórios conquistados. Para Burma foram convidados monges do Sri Lanka, os Ceilão daqueles tempos, e centenas de monges acompanhavam o Mestre nessa empreitada. Até hoje as escolas budistas de Myanmar são conhecidas e respeitadas como centros produtores de conhecimento.

Bagan chegou a ter de 50 mil a 200 mil habitantes.  Em 1277 os Mongóis (de novo, eles!) invadiram o norte e provocou a destruição política do reino. Bagan perdeu importância, perdeu sua população e 20 anos depois (1297) perdeu o status de capital.

Durante os séculos seguintes se tornou um centro de peregrinação, principalmente nos templos próximos aos caminhos ou ao rio, os outros foram abandonados ao tempo e ruíram. Nos templos onde havia a presença de fiéis houve a conservação e durante os séculos, muitas mudanças arquitetônicas e decorativas foram introduzidas

Ainda hoje os templos são frequentados pela população que além de orar, usa as sombras internas para se proteger do sol inclemente da tarde, muitas vezes acima de 40 graus. Eram férias escolares os templos eram um bom lugar para se passear, brincar ou ganhar algum dinheiro vendendo quinquilharias para tristas... ou só para um cochilo no meio da tarde.

Meu templo, minha casa!
Bagan se assenta sobre uma zona de terremotos; de 1904 a 1975 cerca de 400 terremotos assolaram a região; o mais intenso deles foi em 1975 (8,8 graus!) destruindo ou danificando muitos templos, alguns irreparavelmente. Em 1990, visando o desenvolvimento turístico, a Junta Militar que governava o país iniciou a "recuperação" de muitos templos, porém sem o devido cuidado histórico. Isto impediu que o local fosse reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Histórico. Em 24 de agosto de 2016, um terremoto de 6,8 graus de magnitude atingiu novamente Bagan, danificando mais de 400 templos. Agora, eles estão sendo recuperados com o apoio dos especialistas da UNESCO. 

Contratei um guia por meio período (10 dólares) para visitar os templos de carro, com ar condicionado. Também há opções de bicicletas e motos, mas isso vale para os jovens.

Visitamos os maiores templos, os mais significativos:

ANANDA: construído em 1131.
O mais conhecido dos templos de Bagan. É um grande templo retangular, com quatro entradas; em cada uma, um corredor conduz a uma grande estátua de Buda - em ouro - de 12 metros de altura.


12 metros de altura em puro ouro. Uma estátua em cada uma das 4 faces do templo.
Claro que impressiona! Atualmente um convenio Myanmar-Índia permitiu que este país fizesse a restauração do templo. Segundo as informações dispostas, o projeto é limpar, neutralizar as infiltrações e impermeabilizar com resina as paredes externas do templo.

Lateral renovada do Templo Ananda

Andaimes em bambu, nas laterais da obra

Detalhes do relevo das janelas e beirais

Torre com estupa no alto, num dos ângulos do templo

Leão limpinho, guardando as laterias,
É polêmica essa intervenção; enquanto todos os outros 2.000 templos mostram as marcas do tempo, Ananda está coruscante. Se foram empregados materiais originais no trabalho e mantido a estrutura fiel do edifício, nenhum reparo. As pessoas locais veem como muito positiva o trabalho da Índia nesse templo.

Até hoje, apesar de colocar dinheiro para a restauração/recuperação dos templos, a UNESCO não considera Bagan como Patrimônio da Humanidade por causa de alterações não fiéis feitas no passado, para a conservação dos Templos. Com o novo governo democrático instalado há uma ano, as coisas devem mudar.....

SHWE GU GYI. Construído em 1131.
Já havia visto vários templos quando cheguei à Shwe Gu Gyi. Estava esfomeada, sedenta, cansada.... Numa das inúmeras barraquinhas ao redor do templo, comprei um pacote de feijões torrados e salgados... era algo confiável, em meio a um cardápio ainda desconhecido para mim.


Detalhes da decoração das portas

Decoração (parte que restou) no revestimento exterior

Decoração em coluna

Férias escolares. Muita criança nos templos.

Detalhes dos nichos no interior do templo
O Templo se assenta em larga e quadrada plataforma. 3 cantos tem terraços superiores onde se alojam estupas ricamente decoradas.



Estupa.

Thatbyinnyu - construído em 1144


Templo em reparos

Entrada Principal de  Thatbyinnyu

Eu e  Thatbyinnyu ao fundo...

Dhammayangyi - construído em 1165?


A Piramide de base quadrada de Dhammayangyi - o plástico azul nas torres laterais protege a restauração
Antes que Lívia e Diego me perguntem:
- Conseguiu andar de Balão, Edna?
- Não. Não consegui. É temporada de verão e os balões desaparecem por falta de vento. retornam em outubro e ficam  no céu até março. Cheguei no finalzinho de abril. Bagan tem os mais caros vôos de balão do mundo. 300 dólares! Em outros lugares que voei, sempre custou 100 dólares.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

13.9 - Ásia - Betel

Betel é um rolinho de mascar, de uso habitual entre os asiáticos, não importa o país, principalmente entre as populações mais pobres e mais velhas. Ele deixa os lábios e os dentes de uma coloração avermelhada, facilmente identificável.

Mascador de Betel
São multiplas as substâncias colocadas nesse rolinho: a primeira é um coquinho, a Areca, fruto da palmeira Areca catechu, da família Palmaceae. Por dentro, parece noz-moscada.

Pedaço de Areca
Areca em lâminas, vendidas nos mercados. Dá um mosaico!

E que belo mosaico!
Este coquinho, misturado a outras substâncias é consumido por 10% da população asiática, principalmente homens, trabalhadores do serviço braçal, por suas propriedades estimulantes, como o tabaco, a cafeína e - de uma maneira muito parecida - pelas folhas de coca, na Bolívia.

Mastigar um pacotinho de betel é o equivalente a beber 6 xícaras de café! Ulalá!

Rolinho de Betel pronto para ser empacotado
Ele melhora a concentração, aumenta a serotonina, dando uma sensação de bem-estar e euforia. Aumenta a salivação e melhora a digestão.

Tudo de bom!

O grande problema é o câncer de boca! Um problema de saúde pública, pois é um hábito milenar dessas culturas.

Como é preparado?
Uma folha duns 10 cm duma planta chamada Betel vine (não sei como traduzir isso ), Piper betel, da família Piperaceae, é lavada e recebe uma camada duma goma branca, 1 pedaço da noz betel, tabaco, tabaco indiano, um pó perfumado à base de cardamomo e canela.

Processo de preparo

Tudo é enrolado com muita habilidade e preso entre os dedos da mão esquerda. 5 desses rolinhos são embalados em plástico e vendidos. 

Enrolador nas ruas de Yangon
É uma droga de comércio lícito, vendido em todas as esquinas de Yangon, bem como as loterias. No país inteiro....

Folhas de Betel dispostas com arte no mercado
Esqueci de perguntar o preço!

Ponto de venda de Betel numa estrada perdida de Burma

Por isso viajo por minha própria conta, uma agência de turismo nunca mostra isso, as singularidades de cada cultura.

O que eles conseguem fazer, de costume, são eventos como um show de danças típicas para turistas num imenso barco fake, ancorado no lago Kan Daw Gyi. 


Barco para espetáculos turísticos e casamentos, em forma de dragão, em Yangon
Quase por intuição, descobri que é à beira desse lago que está o Aroma Café, onde Jean Baptiste tomou porres homéricos. 

Mas essa é outra história!

13.8 - Ásia - Shwedagon

Shwedagon é o mais importante templo religioso de Myanmar, no mesmo nível que o Wat Pra Kaeo, da Tailândia; a Catedral de São Pedro, em Roma ou a Basilica de Aparecida, no Brasil.


Cúpula Central - em ouro e pedras preciosas - de Shwedagon.
Sua história é antiga, talvez uns mil anos,  por iniciativa do Rei Okkalapa. Consiste de uma grande estrutura central, de base quadrada, com sucessivas camadas circulares, de forma cômica, até chegar ao pináculo de 99 metros de altura. Na ponta desse pináculo um diamante de 76 quilates - o maior diamante do mundo!

Esquema (em inglês) da Torre Central de Shwedagon
Pináculo da Torre Central
4351 diamantes, totalizando 1.800 Carats! Só isso já financiaria robustos projetos de desenvolvimento da infraestrutura de Myanmar como centrias de energia, estradas, modernização da  malha ferroviária.... bem, isso são idéias minhas. Mas Shwedagon é a alma espiritual do país. Aqui não se mexe.

A Asa e suas pedras preciosas! 
Logo abaixo do Pináculo (impossível ver a olho nu!) há uma asa de 1,30 metros, presa a um eixo central por cabos de metal. Pesa quase 500 quilos! Nela estão incrustados 2.000 pedras preciosas de vários tamanhos e tipos: há pérolas, rubis, diamantes, esmeraldas.... dispostos nos mais diferentes desenhos.

Foto ampliadaa da Asa, exposta num dos pavilhoes do templo
E os meus planos de reconstrução do país com esse tesouro não me saem da cabeça. Calma, edna. Isso não é com você....


Templos secundários no entorno da Torre Central

Em volta dessa estrutura central agregam-se centenas de estufas, de imagens de Buda, de pequenos santuários. Tudo em ouro! Sim, ouro! Se fosse só ouro mais o diamante central já seria rico, mas tem mais: todas aquelas gemas....

No ápice, há o diamante central e 4.351 diamantes incrustados.

Na asa, 419 kilos de ouro e 2.000 pedras preciosas.

A sombrinha, que sustenta o pináculo com a asa pesa 500 quilos de puro ouro, enfeitado com 4.016 pequenos sinos de ouro e 83.850 pedras preciosas!

Mais riqueza!


Captou?

Quando o furacão Nargis devastou o país, causando a morte de 2 milhões de pessoas (o governo militar recusou ajuda humanitária e não socorreu as pessoas), os soldados que faziam a segurança do Templo se ocuparam, por horas,  em catar centenas de valiosas pedras no chão, que o furor do vento havia derrubado do topo.

Corredor do Templo cheio de fiéis ainda de manhã...

Mesmo de manhãzinha, havia muita gente orando no templo. Não sei se a escolha do lugar é aleatória ou as pessoas escolhem um espaço marcado, que carrega as emergias do "seu" Buda em especial.

Trajes típicos do país: saia longa e blusa de mangas curtas. Tudo muito contido.
Mais que orar ao "seu" Buda , aquele do dia em que você nasceu, as pessoas oferecem comida, flores frescas, incenso e banham o Buda e seu animal correspondente.

O meu Buda é o de domingo e o meu animal, o Kalaw, cuja identidade me intriga muito.

Buda de domingo. Aqui com faces muito femininas.

Parece que o Kalaw significa o Demônio. Será? ... ou um Anjo!
Anda-se sem sapatos nos locais sagrados, não importa a temperatura do piso. Visitei o templo de manhãzinha quando todo o ouro resplandecia ao sol. Imagino a temperatura ao fim da tarde, depois de horas de sol acima de 35 graus!

Jovens monges descalços que durante todo o dia transitam pelo Templo.