quinta-feira, 21 de junho de 2018

16.4 - Portugal - Oceanário

Comecei a fazer mergulhos profundos no ano passado, mas minha experiência de oceanos é ainda é muito pequena. Vi alguns tubarões de pequeno porte, tartarugas e alguns peixes como o sargento ou a xyria.
Estava muito frustrada por nunca ter visto arraias... Vim ao Oceanário de Lisboa para resolver estas questões. Este foi criado em 1998, na esteira da Expo-98, que reurbanizou um pedaço da periferia de Lisboa.

Uma obra de arte reluz no centro do novo bairro, uma torre da refinaria de petróleo repaginada em 1998 para a EXPO-98. Ela foi recuperada pelos arquitetos Manuel Graça Dias e Egas José Veiga, com o objetivo de conservar a memória do tempo em que o local era uma refinaria de petróleo.

Torre de Petróleo no Parque das Nações - Lisboa


Torre da Galp ou da Sacor
Torre da Galp ou da Sacor
Chegamos de carro, melhor, de Uber. Esse tipo de transporte nos permite viver minha mais rica experiência lisboeta:  conversar com os motoristas. Por eles temos uma ideia da realidade, dos valores e rotinas dos cidadãos desse país.

No Oceanário, numa exposição à parte, havia o trabalho do japonês Takashi Amano, especialista em jardins aquáticos. Ele montou um cenário com paus, areias, rochas, plantas aquáticas do mundo inteiro e ali colocou os peixes desses ambientes.

O efeito visual, artístico é das mais finas experiencias. Tem muita influencia da cultura oriental e isso nos permite viver um ambiente muito refinado. Ele sabe que a Natureza é bela e se permite criar esses ambientes num estágio intocado.

Num vídeo, foi documentado o trabalho da equipe em montar a exposição. Céus, ele moveu céus e terras, literalmente. Cada pedrinha, cada galho de árvore, cada muda de planta, veio de locais longínquos (Malásia, Amazonis, Colombia, Japão...) e envolveu logística competente. O resultado foi perfeito. Adorei a exposição.

No andar de cima, ficava o tanque de água marinha com os tubarões e a minha arraia. Fico no maior conflito quando vejo animais aprisionados, quer seja em zoológicos ou oceanários. Se por um lado podemos ter acesso a bichos de outros mundos, nós os condenamos a viver em ambientes confinados, em temperaturas inadequadas e com alimentação artificial. Lembro com tristeza do urso polar existente no zoológico de Sorocaba,  vivendo entre 30 a 35 graus de temperatura a maior parte do tempo, ou esse imenso tubarão condenado a nadar num aquário circular de não mais que uns 20 metros de raio.....Que sao 20 metros de oceano para um tubarão ou para uma arraia? São questões muito complexas da sociedade contemporânea. Pessoalmente, prefiro ver um vídeo de um tubarão em seu habitat natural que um tubarão de verdade, confinado num aquário.

O trabalho da curadoria em montar a exposição permanente do Oceanário foi muito cuidadoso. Foram criados artificialmente diversos ambientes marinhos e ali colocados espécies pertinentes . O peixinho do filme NEMO fazia o maior sucesso com as crianças. Só concorria com o tubarão.

Desviando de todas as crianças e seu alvoroço, chegamos à saída que nos conduzia diretamente à loja do Oceanário. Cadernos, camisetas, canecas....... tudo que girava em torno do tema tinha por lá. Compramos pro João uma camiseta de tubarão....

João - em Paraty, usando a camiseta de tubarão




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