Blog de viagens destinado a relatar em uma viagem o olhar de fora, do estranho. Meu olhar, minhas impressões e emoções, as histórias e a história dos locais.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
16.13 - Portugal. Aeroporto Portela, voltando.
Aeroporto pequeno para o boom de turismo que explodiu no país desde 4 anos. Demorou para encontrarmos o guichê da Azul. Fica num cantinho escondido do quarto piso. Cruzamos com uma fila de africanos , perdão, afro-portugueses voando para São Tomé. Falavam um dialeto rápido e incompreensível. O taxista a nos conduzir até aqui nos falou do projeto do novo e maior aeroporto. Tá na hora.
quinta-feira, 28 de junho de 2018
16.13 - Portugal - Douro Vinhateiro
Ponto alto da viagem, razão de estar aqui: vir a Peso da Régua, o coração do Douro vinhateiro. 50 mil (!!!) rótulos são produzidos aqui.
16.12 - Portugal - Guimarães
Guimarães foi a primeira capital portuguesa 900 anos atrás, quando a nação foi fundada por Afonso Henrique, primeiro rei da Dinastia de Borgonha.
terça-feira, 26 de junho de 2018
16.11 - Portugal - Doçaria Conventual Portuguesa
Que Portugal seja um país muito religioso é consenso, afinal, tão perto do Vaticano e tão pobre, a fé se torna o alimento. Consequentemente, o número de igrejas e de ordens religiosas é expressivo e - no passado - muito mais.
Foi por essa religiosidade que nasceu a Doçaria Conventual Potuguesa.
Foi por essa religiosidade que nasceu a Doçaria Conventual Potuguesa.
16.9 - Portugal - Se Lisboa é Portugal, Porto é Europa
A atmosfera de Porto é diferente, mais charmosa, cosmopolita e aberta. Está frio, mas é delicioso andar pelas ruas plenas de monumentos sem ser opressivo
segunda-feira, 25 de junho de 2018
domingo, 24 de junho de 2018
16.6 - Portugal - Coimbra e sua Universidade
Apesar de ser a Universidade mais antiga, a Universidade de Coimbra não é a melhor universidade de Portugal. Pelo Ranking de Xangai, que classifica 1000 universidades do mundo. A primeira é Liisboa (151-200), depois Porto, Aveiro e finalmente, Coimbra (401 a 500). Só para comparar USP (151-200), Federal do Rio de Janeiro, UNESP, Federal de Minas Gerais, Federal do Rio Grande do Sul e Unicamp.
sábado, 23 de junho de 2018
16.6 - Portugal - Évora
Ufa! Deixamos os turistas para trás! Cedinho saímos de Sintra, não sem antes comer o doce local “Travesseiro de Sintra “, massa folhada recheada com creme de ovos. Conexão em Lisboa na Estação 7 Rios, onde ficamos a esperar o trem para Évora numa atmosfera muito suave; Alexandre escrevia um novo projeto e eu lia o livro Estuário, comprado na Livraria Bertrand, de Lisboa, a mais antiga do mundo. A autora, x de x tem uma escrita fluida e interessante.lembrava um pouco a escrita de Orham Pamuk, no livro Istambul.
O trem atrasou cinco minutos e foi motivo de desculpas no alto-falante. Trem normal, com vagão mais para metrô que trem europeu. Aqui trem se chama COMBOIO. Viagem de uma hora e meia, correndo pelo Alentejo. Uma planície só aos poucos ocupada por pinheiros, sobreiros (árvore típica de Portugal, donde se extrai a cortiça) e marés de vinhedos, dispostos em disciplinadas carreiras. Em Évora, o taxista que nos levou ao hotel falou dum acordo comercial onde o Alentejo parou de plantar trigo para se dedicar às monoculturas do vinho e azeite. E haja vinho! Grandes casas como a Cartuxa, a Herdade do Esporão, a Ervideira tem seus vinhedos aqui.
Nosso hotel - Solar Monfalim- , situado na praça ao lado da catedral era lindo; um casarão restaurado em frente a uma praça com arvores de flores roxas. Aconchegante.
Chegamos em Évora num intenso dia de calor (o verão do Alentejo é sempre abrasador), em dia da Feira de São João, que acontece na cidade há 500 anos e faz parte do imaginário dos eborenses desde a infância.
No centro histórico se anda a pé, saboreando a luz que bate nas paredes das casas pintadas de branco.
Por indicação do motorista de táxi, logo encontramos a rua com os restaurantes de melhores produtos regionais. Almoçamos no Piparoza, um prato típico chamado "alhada". Pão misturado com bastante alho e pedaços de bacon e enrolado em tripa, como se fosse uma linguiça de pão. A taça de vinho branco gelado foi providencial. Tomaria mais de uma.
No meio do centro histórico há um templo .
O trem atrasou cinco minutos e foi motivo de desculpas no alto-falante. Trem normal, com vagão mais para metrô que trem europeu. Aqui trem se chama COMBOIO. Viagem de uma hora e meia, correndo pelo Alentejo. Uma planície só aos poucos ocupada por pinheiros, sobreiros (árvore típica de Portugal, donde se extrai a cortiça) e marés de vinhedos, dispostos em disciplinadas carreiras. Em Évora, o taxista que nos levou ao hotel falou dum acordo comercial onde o Alentejo parou de plantar trigo para se dedicar às monoculturas do vinho e azeite. E haja vinho! Grandes casas como a Cartuxa, a Herdade do Esporão, a Ervideira tem seus vinhedos aqui.
Nosso hotel - Solar Monfalim- , situado na praça ao lado da catedral era lindo; um casarão restaurado em frente a uma praça com arvores de flores roxas. Aconchegante.
Chegamos em Évora num intenso dia de calor (o verão do Alentejo é sempre abrasador), em dia da Feira de São João, que acontece na cidade há 500 anos e faz parte do imaginário dos eborenses desde a infância.
No centro histórico se anda a pé, saboreando a luz que bate nas paredes das casas pintadas de branco.
Casario branco numa colina de Évora |
Por indicação do motorista de táxi, logo encontramos a rua com os restaurantes de melhores produtos regionais. Almoçamos no Piparoza, um prato típico chamado "alhada". Pão misturado com bastante alho e pedaços de bacon e enrolado em tripa, como se fosse uma linguiça de pão. A taça de vinho branco gelado foi providencial. Tomaria mais de uma.
No meio do centro histórico há um templo .
sexta-feira, 22 de junho de 2018
16.5 - Sintra
Deixamos Lisboa rumo à Sintra depois de três dias na cidade. Como fizemos nos dias anteriores, paramos na padaria A Portuguesa para o café da manhã ou pequeno almoço, como se diz aqui.
Pegamos o trem na Estação do Rossio, lotada de turistas. A cidade, a 23 km de Lisboa, é o mais popular day trip de Portugal Nossa proposta era fugir desse roteiro e passar a noite em Sintra. A viagem durou uns 40 minutos porque o trem para em todas as estações, - é o meio de transporte escolhido pelos trabalhadores que vivem na periferia. Saindo da estação em Sintra, nós (e todos os turistas) nos deparamos com os ônibus que fazem o circuito histórico estacionados junto ao meio fio. Optamos por deixar as malas no hotel primeiro, para depois conhecermos as atrações. O hotel era perto, fomos à pé,ouvindo o barulho das rodinhas da mala pelas calçadas.
Sintra foi ocupada pelos Mouros que viveram 600 anos na Península Ibérica. De onde vieram esses Mouros, me pergunto agora? Há de se pesquisar. Mas foi do enfraquecimento do poder mouro que, Dom Afonso Henrique pode - no ano de 1143 - fundar o reino de Portugal e se tornar seu primeiro rei.
Pois bem, os mouros se estabeleceram no alto da colina de Sintra com uma fortaleza defensiva, quiçá uma cidade, pois escavações posteriores revelaram silos escavados nas rochas, com vestígios de alimentos, o que significa ocupação humana regular. Hoje, só está de pé a muralha, donde se pode caminhar pelo topo e avistar Sintra e, mais ao longe, o Tejo.
Circundando esse morro há uma agradável floresta para se caminhar. Tudo junto, foi reconhecido pela UNESCO, em 1985 como Paisagem Cultural da Humanidade.
Na mesma rota, morro acima, encravado num grande rochedo, se encontra o Palácio da Pena. Esse palácio tem uma história interessante para nós os brasileiros. Originalmente, era uma capela da Ordem dos Jerônimos, muito danificada pelo terremoto de Lisboa de 1755. Em 1838, o rei D. Fernando II, marido da rainha Dona Maria II (a nossa princesa Maria da Gloria, filha dos imperadores brasileiros D. Pedro I e Dona Leopoldina), compra o local com o objetivo de aí construir o palácio de verão da dinastia. A reconstrução foi uma mistura de estilos.... feio de dar dó.
A estética da corte portuguesa sempre foi tacanha. Dona Leopoldina, mãe de Dona Maria da Glória e futura rainha de Portugal, Dona Maria II - era oriunda da refinada dinastia de Habsburgo, uma das três mais ricas dinastias a sua época, padeceu agruras com as aias portuguesas aqui no Rio de Janeiro. Foi obrigada, pelas intrigas e oposição da corte portuguesa no Rio de Janeiro, a dispensar os serviços da inglesa Maria Graham, contratada para preceptora das princesas brasileiras.
Nesse cenário, a educação cultural e artística da rainha de Portugal foi pobre. Na adolescência morou na corte francesa, junto com os príncipes da Casa de Orléans. Mais tarde, casou-se aos 17 anos com o irmão de sua madrasta (Augusto de Leuchtenberg). Este morre dois meses depois e novo casamento político é acordado para a jovem rainha, agora com 19 anos. Fernando de Saxe Coburgo Gotha, sobrinho do rei da Bélgica e primo de Alberto de Saxe Coburgo Gotha que viria a se casar com a rainha Vitória , da Inglaterra.
Fernando, mais afeito às artes que à política, passa sua vida a restaurar castelos e mosteiros em Portugal, inclusive o Castelo de Pena.
Pegamos o trem na Estação do Rossio, lotada de turistas. A cidade, a 23 km de Lisboa, é o mais popular day trip de Portugal Nossa proposta era fugir desse roteiro e passar a noite em Sintra. A viagem durou uns 40 minutos porque o trem para em todas as estações, - é o meio de transporte escolhido pelos trabalhadores que vivem na periferia. Saindo da estação em Sintra, nós (e todos os turistas) nos deparamos com os ônibus que fazem o circuito histórico estacionados junto ao meio fio. Optamos por deixar as malas no hotel primeiro, para depois conhecermos as atrações. O hotel era perto, fomos à pé,ouvindo o barulho das rodinhas da mala pelas calçadas.
Sintra foi ocupada pelos Mouros que viveram 600 anos na Península Ibérica. De onde vieram esses Mouros, me pergunto agora? Há de se pesquisar. Mas foi do enfraquecimento do poder mouro que, Dom Afonso Henrique pode - no ano de 1143 - fundar o reino de Portugal e se tornar seu primeiro rei.
Pois bem, os mouros se estabeleceram no alto da colina de Sintra com uma fortaleza defensiva, quiçá uma cidade, pois escavações posteriores revelaram silos escavados nas rochas, com vestígios de alimentos, o que significa ocupação humana regular. Hoje, só está de pé a muralha, donde se pode caminhar pelo topo e avistar Sintra e, mais ao longe, o Tejo.
Circundando esse morro há uma agradável floresta para se caminhar. Tudo junto, foi reconhecido pela UNESCO, em 1985 como Paisagem Cultural da Humanidade.
Na mesma rota, morro acima, encravado num grande rochedo, se encontra o Palácio da Pena. Esse palácio tem uma história interessante para nós os brasileiros. Originalmente, era uma capela da Ordem dos Jerônimos, muito danificada pelo terremoto de Lisboa de 1755. Em 1838, o rei D. Fernando II, marido da rainha Dona Maria II (a nossa princesa Maria da Gloria, filha dos imperadores brasileiros D. Pedro I e Dona Leopoldina), compra o local com o objetivo de aí construir o palácio de verão da dinastia. A reconstrução foi uma mistura de estilos.... feio de dar dó.
A estética da corte portuguesa sempre foi tacanha. Dona Leopoldina, mãe de Dona Maria da Glória e futura rainha de Portugal, Dona Maria II - era oriunda da refinada dinastia de Habsburgo, uma das três mais ricas dinastias a sua época, padeceu agruras com as aias portuguesas aqui no Rio de Janeiro. Foi obrigada, pelas intrigas e oposição da corte portuguesa no Rio de Janeiro, a dispensar os serviços da inglesa Maria Graham, contratada para preceptora das princesas brasileiras.
Nesse cenário, a educação cultural e artística da rainha de Portugal foi pobre. Na adolescência morou na corte francesa, junto com os príncipes da Casa de Orléans. Mais tarde, casou-se aos 17 anos com o irmão de sua madrasta (Augusto de Leuchtenberg). Este morre dois meses depois e novo casamento político é acordado para a jovem rainha, agora com 19 anos. Fernando de Saxe Coburgo Gotha, sobrinho do rei da Bélgica e primo de Alberto de Saxe Coburgo Gotha que viria a se casar com a rainha Vitória , da Inglaterra.
Fernando, mais afeito às artes que à política, passa sua vida a restaurar castelos e mosteiros em Portugal, inclusive o Castelo de Pena.
quinta-feira, 21 de junho de 2018
16.4 - Portugal - Oceanário
Comecei a fazer mergulhos profundos no ano passado, mas minha experiência de oceanos é ainda é muito pequena. Vi alguns tubarões de pequeno porte, tartarugas e alguns peixes como o sargento ou a xyria.
Estava muito frustrada por nunca ter visto arraias... Vim ao Oceanário de Lisboa para resolver estas questões. Este foi criado em 1998, na esteira da Expo-98, que reurbanizou um pedaço da periferia de Lisboa.
Uma obra de arte reluz no centro do novo bairro, uma torre da refinaria de petróleo repaginada em 1998 para a EXPO-98. Ela foi recuperada pelos arquitetos Manuel Graça Dias e Egas José Veiga, com o objetivo de conservar a memória do tempo em que o local era uma refinaria de petróleo.
Chegamos de carro, melhor, de Uber. Esse tipo de transporte nos permite viver minha mais rica experiência lisboeta: conversar com os motoristas. Por eles temos uma ideia da realidade, dos valores e rotinas dos cidadãos desse país.
No Oceanário, numa exposição à parte, havia o trabalho do japonês Takashi Amano, especialista em jardins aquáticos. Ele montou um cenário com paus, areias, rochas, plantas aquáticas do mundo inteiro e ali colocou os peixes desses ambientes.
O efeito visual, artístico é das mais finas experiencias. Tem muita influencia da cultura oriental e isso nos permite viver um ambiente muito refinado. Ele sabe que a Natureza é bela e se permite criar esses ambientes num estágio intocado.
Num vídeo, foi documentado o trabalho da equipe em montar a exposição. Céus, ele moveu céus e terras, literalmente. Cada pedrinha, cada galho de árvore, cada muda de planta, veio de locais longínquos (Malásia, Amazonis, Colombia, Japão...) e envolveu logística competente. O resultado foi perfeito. Adorei a exposição.
No andar de cima, ficava o tanque de água marinha com os tubarões e a minha arraia. Fico no maior conflito quando vejo animais aprisionados, quer seja em zoológicos ou oceanários. Se por um lado podemos ter acesso a bichos de outros mundos, nós os condenamos a viver em ambientes confinados, em temperaturas inadequadas e com alimentação artificial. Lembro com tristeza do urso polar existente no zoológico de Sorocaba, vivendo entre 30 a 35 graus de temperatura a maior parte do tempo, ou esse imenso tubarão condenado a nadar num aquário circular de não mais que uns 20 metros de raio.....Que sao 20 metros de oceano para um tubarão ou para uma arraia? São questões muito complexas da sociedade contemporânea. Pessoalmente, prefiro ver um vídeo de um tubarão em seu habitat natural que um tubarão de verdade, confinado num aquário.
O trabalho da curadoria em montar a exposição permanente do Oceanário foi muito cuidadoso. Foram criados artificialmente diversos ambientes marinhos e ali colocados espécies pertinentes . O peixinho do filme NEMO fazia o maior sucesso com as crianças. Só concorria com o tubarão.
Desviando de todas as crianças e seu alvoroço, chegamos à saída que nos conduzia diretamente à loja do Oceanário. Cadernos, camisetas, canecas....... tudo que girava em torno do tema tinha por lá. Compramos pro João uma camiseta de tubarão....
Estava muito frustrada por nunca ter visto arraias... Vim ao Oceanário de Lisboa para resolver estas questões. Este foi criado em 1998, na esteira da Expo-98, que reurbanizou um pedaço da periferia de Lisboa.
Uma obra de arte reluz no centro do novo bairro, uma torre da refinaria de petróleo repaginada em 1998 para a EXPO-98. Ela foi recuperada pelos arquitetos Manuel Graça Dias e Egas José Veiga, com o objetivo de conservar a memória do tempo em que o local era uma refinaria de petróleo.
Torre de Petróleo no Parque das Nações - Lisboa |
Chegamos de carro, melhor, de Uber. Esse tipo de transporte nos permite viver minha mais rica experiência lisboeta: conversar com os motoristas. Por eles temos uma ideia da realidade, dos valores e rotinas dos cidadãos desse país.
No Oceanário, numa exposição à parte, havia o trabalho do japonês Takashi Amano, especialista em jardins aquáticos. Ele montou um cenário com paus, areias, rochas, plantas aquáticas do mundo inteiro e ali colocou os peixes desses ambientes.
O efeito visual, artístico é das mais finas experiencias. Tem muita influencia da cultura oriental e isso nos permite viver um ambiente muito refinado. Ele sabe que a Natureza é bela e se permite criar esses ambientes num estágio intocado.
Num vídeo, foi documentado o trabalho da equipe em montar a exposição. Céus, ele moveu céus e terras, literalmente. Cada pedrinha, cada galho de árvore, cada muda de planta, veio de locais longínquos (Malásia, Amazonis, Colombia, Japão...) e envolveu logística competente. O resultado foi perfeito. Adorei a exposição.
No andar de cima, ficava o tanque de água marinha com os tubarões e a minha arraia. Fico no maior conflito quando vejo animais aprisionados, quer seja em zoológicos ou oceanários. Se por um lado podemos ter acesso a bichos de outros mundos, nós os condenamos a viver em ambientes confinados, em temperaturas inadequadas e com alimentação artificial. Lembro com tristeza do urso polar existente no zoológico de Sorocaba, vivendo entre 30 a 35 graus de temperatura a maior parte do tempo, ou esse imenso tubarão condenado a nadar num aquário circular de não mais que uns 20 metros de raio.....Que sao 20 metros de oceano para um tubarão ou para uma arraia? São questões muito complexas da sociedade contemporânea. Pessoalmente, prefiro ver um vídeo de um tubarão em seu habitat natural que um tubarão de verdade, confinado num aquário.
O trabalho da curadoria em montar a exposição permanente do Oceanário foi muito cuidadoso. Foram criados artificialmente diversos ambientes marinhos e ali colocados espécies pertinentes . O peixinho do filme NEMO fazia o maior sucesso com as crianças. Só concorria com o tubarão.
Desviando de todas as crianças e seu alvoroço, chegamos à saída que nos conduzia diretamente à loja do Oceanário. Cadernos, camisetas, canecas....... tudo que girava em torno do tema tinha por lá. Compramos pro João uma camiseta de tubarão....
João - em Paraty, usando a camiseta de tubarão |
quarta-feira, 20 de junho de 2018
16.3 - Portugal - Copa do Mundo - Portugal x Marrocos
Estamos num bar no Largo da Graça, parada convidativa depois da subida a partir do Convento São Vicente. Andamos por toda a manhã pelos arredores do centro de Lisboa. Estamos em tempo de Copa do Mundo e hoje a seleção de Portugal vai jogar...O plano inicial era ir até a Praça do Comércio, bem em frente ao Tejo - na parte baixa - e assistir o jogo no telão da praça junto com todo mundo; mas a perspectiva de ficar duas horas em pé, ao sol, não me atraía. Então paramos nesse bar de ambiente agradável, frequentado pelos lisboetas que trabalham nos arredores e fazem aqui o horário de seu almoço, com cadeiras na calçada, árvores na praça. Cerveja e uma maravilhosa salada de polvo. Nem estávamos gostando muito da Lisboa monumental, mas sua gastronomia é formidável.
O jogo começou e entramos no interior do salão para acesso à TV. Aí, Cristiano Ronaldo marca um gol rapidinho para a alegria e vibração de toda a audiência.Mas é muito diferente do clima no Brasil; os cidadãos continuaram comendo e conversando e - de quando em quando - se fixavam na TV.
Estou no lugar que queria estar.Vendo um jogo de Portugal na Copa do Mundo, em Portugal. Ver o comportamento das pessoas me interessa muito mais que o jogo em si. Mas Alexandre não pensa assim. E ao fim do primeiro tempo, saímos do bar em direção à Praça do Comércio. Nem tinha muita gente... será que chegavam a mil pessoas? A maioria era de jovens e migrantes. Fim de jogo, 1 x 0 para Portugal, todo mundo esvazia rapidamente a praça. Sensação de anti-climax!
Portugal consegue o principal objetivo que era vencer. Ainda assim, o jogo foi muito complicado para a seleção lusa. Um golo cedo e depois uma capacidade de luta e sofrimento da equipa de Fernando Santos. Alguns problemas em segurar os extremos de Marrocos, especialmente na primeira parte, mas depois contaram ainda com um grande Rui Patrício. Uma vitória justa e o apuramento fica agora mais perto.
Esse foi o comentário do site "zero a zero.PT". Muitas palavras diferentes no vocabulário deles.
O jogo começou e entramos no interior do salão para acesso à TV. Aí, Cristiano Ronaldo marca um gol rapidinho para a alegria e vibração de toda a audiência.Mas é muito diferente do clima no Brasil; os cidadãos continuaram comendo e conversando e - de quando em quando - se fixavam na TV.
Estou no lugar que queria estar.Vendo um jogo de Portugal na Copa do Mundo, em Portugal. Ver o comportamento das pessoas me interessa muito mais que o jogo em si. Mas Alexandre não pensa assim. E ao fim do primeiro tempo, saímos do bar em direção à Praça do Comércio. Nem tinha muita gente... será que chegavam a mil pessoas? A maioria era de jovens e migrantes. Fim de jogo, 1 x 0 para Portugal, todo mundo esvazia rapidamente a praça. Sensação de anti-climax!
Portugal consegue o principal objetivo que era vencer. Ainda assim, o jogo foi muito complicado para a seleção lusa. Um golo cedo e depois uma capacidade de luta e sofrimento da equipa de Fernando Santos. Alguns problemas em segurar os extremos de Marrocos, especialmente na primeira parte, mas depois contaram ainda com um grande Rui Patrício. Uma vitória justa e o apuramento fica agora mais perto.
Esse foi o comentário do site "zero a zero.PT". Muitas palavras diferentes no vocabulário deles.
16.2 - Portugal - Lisboa
Chegamos à Lisboa a dois dias do Solstício de Verão. Fazia calor de 32 graus, mas era agradável. A baixa umidade, a brisa vinda do Tejo e a sombra dos prédios tornavam o caminhar agradável. Nos instalamos num charmoso apartamento na rua dos Anjos, no limite da cidade histórica.
Vale dizer que Lisboa está assentada sobre sete colinas, então tudo são descidas e subidas. Saindo de casa temos uma descida que termina na Praça Martim Moniz. Apareceu o Mercado da Baixa, uma feira de queijo e vinhos de produtores locais. Ai meu Deus! Duas da tarde, hora da fome! Visitamos algumas barracas e optamos por sanduíches de queijo de ovelha cremoso e presunto curado, além vinho branco gaseificado, com 11,1 graus de graduação. Vinho bobinho, custando 3 euros.
Depois andar pela cidade velha, à beira do Tejo. É a única parte plana da cidade. Quando o olhar se estende para o alto o que se vê são torres de muitas igrejas. Muitas! Portugal é o país mais católico da Europa e isto está carimbado nas centenas de igrejas. Interessante que são igrejas vivas, além de monumentos históricos; há muitas pessoas locais orando e missas a qualquer hora do dia.
Nessa igreja algo me surpreendeu: um aplicativo para acender velas virtuais! www.candla.org. Se você tem o aplicativo em seu celular, com um click se escolhe a igreja e com outro, acende uma vela. Achei o máximo!!!!!!!
Light a Candle brings the warmth and security of the tradition of lighting candles in a church right to wherever you are. When you or someone else has a special need, you can light a candle on your phone and offer a prayer. Sometimes it’s hard to think of a prayer, especially when you are worried, afraid, or depressed. Light a Candle makes it easy to find comfort or to offer comfort to another.
Mais tarde, contornar o prédio da Prefeitura e perceber um quarteirão de sobrados azulejados. A paisagem de Lisboa não nos surpreende, ela se repete muitas vezes no Brasil. Azulejos em fachadas? São Luiz do Maranhão! Estilo Clássico Português? O centro do Rio de Janeiro...
Era imperdível conhecer a Sé; a igreja mais importante da cidade com suas torres quadradas e depois, o Castelo de São Jorge, depois de muitas subidas, bem no alto da colina.
O Castelo de São Jorge foi construído pelos mouros (afinal, quem foram os mouros? que povo foi esse?)no século 7 e se mantém até hoje como imensos paredões de pedras, arcos em ogiva e uma plataforma sobre as muralhas - para observar - mais que admirar a vista de Lisboa e do Tejo. Na descida, por escadas lusitanas de degraus altos e estreitos que se repetem também em Paraty, estourei meus joelhos. Nenhum joelho merece uma escada daquela...
Uma longa parada de restauração orgânica num bar sob uma árvore. Muita cerveja e estar de férias... olhar as pessoas, as folhas balançando nas árvores, a placa do carro que subia a ladeira, experimentar o bolinho de bacalhau frito há mil horas; falar de nada e de tudo. Isso são férias!
Como voltar para casa? Cruzar a colina pela rua da Madalena e cair de novo na Praça Martim Moniz. Quase nove da noite! encontramos a feira no mesmo lugar e compramos embutidos pão e vinho para levar para casa.
Ah, aqui eles chamam os embutidos de enchidos.
Vale dizer que Lisboa está assentada sobre sete colinas, então tudo são descidas e subidas. Saindo de casa temos uma descida que termina na Praça Martim Moniz. Apareceu o Mercado da Baixa, uma feira de queijo e vinhos de produtores locais. Ai meu Deus! Duas da tarde, hora da fome! Visitamos algumas barracas e optamos por sanduíches de queijo de ovelha cremoso e presunto curado, além vinho branco gaseificado, com 11,1 graus de graduação. Vinho bobinho, custando 3 euros.
Depois andar pela cidade velha, à beira do Tejo. É a única parte plana da cidade. Quando o olhar se estende para o alto o que se vê são torres de muitas igrejas. Muitas! Portugal é o país mais católico da Europa e isto está carimbado nas centenas de igrejas. Interessante que são igrejas vivas, além de monumentos históricos; há muitas pessoas locais orando e missas a qualquer hora do dia.
Igreja de São Nicolau, na Baixa |
www.candla.org. Não é muito moderno? |
Mais tarde, contornar o prédio da Prefeitura e perceber um quarteirão de sobrados azulejados. A paisagem de Lisboa não nos surpreende, ela se repete muitas vezes no Brasil. Azulejos em fachadas? São Luiz do Maranhão! Estilo Clássico Português? O centro do Rio de Janeiro...
Sobrados com fachada de azulejos - Lisboa |
O Castelo de São Jorge foi construído pelos mouros (afinal, quem foram os mouros? que povo foi esse?)no século 7 e se mantém até hoje como imensos paredões de pedras, arcos em ogiva e uma plataforma sobre as muralhas - para observar - mais que admirar a vista de Lisboa e do Tejo. Na descida, por escadas lusitanas de degraus altos e estreitos que se repetem também em Paraty, estourei meus joelhos. Nenhum joelho merece uma escada daquela...
Entrada do Castelo de São Jorge, em Lisboa |
Vista do Tejo pelas muralhas do Castelo de São Jorge |
Torres do Castelo de São Jorge |
Janelas em ogiva, arquitetura moura |
Uma longa parada de restauração orgânica num bar sob uma árvore. Muita cerveja e estar de férias... olhar as pessoas, as folhas balançando nas árvores, a placa do carro que subia a ladeira, experimentar o bolinho de bacalhau frito há mil horas; falar de nada e de tudo. Isso são férias!
Como voltar para casa? Cruzar a colina pela rua da Madalena e cair de novo na Praça Martim Moniz. Quase nove da noite! encontramos a feira no mesmo lugar e compramos embutidos pão e vinho para levar para casa.
Ah, aqui eles chamam os embutidos de enchidos.
domingo, 17 de junho de 2018
16.1 - Portugal - Antes de ir
Viajo amanhã com Alexandre para um roteiro de 12 dias exclusivamente por Portugal. Para ver o óbvio: Lisboa, Sintra, Évora, Coimbra, Porto...... um pouco fora do roteiro se colocam os dois dias em Peso da Régua por conta das vinícolas do Douro.
Há pouco fazia as contas: Portugal é o 33º país que visito. Porque demorei tanto a ir? Nada em particular, apenas fui auscultando meus desejos quando planejava uma viagem e sempre houve uma prioridade antes. Confesso estar a achar a viagem pouco desafiadora, fácil demais. Nem o problema de compreender a língua, eu espero.
Vamos pela Azul, saindo de Viracopos. Mais barato que outras companhias. Todavia, hoje ao fazer o check-in no exato momento de sua abertura, o voo já estava lotado! Imagino que deva iniciar-se em outra cidade e Campinas seja só para abastecimento. Tanto é que a disponibilidade de lugares sumiu rapidinho..... Confiro amanhã, no embarque.
Pouca e muita expectativa da viagem. Europa é fácil e decodificada, mas Lisboa está na moda. Um governo de centro-esquerda parece que botou o país nos trilhos. Imagino que vou encontrar hordas de brasileiros por lá. Alexandre reservando os hotéis me disse que tudo está cheio. Em Lisboa e no Porto ficaremos em apartamentos privados... A conferir.
Fomos em meu carro até o aeroporto e o deixamos num desses estacionamentos privados um pouco distantes; o preço compensa: R$ 9,50 a diária. Como na chegada de Fernando Noronha encontramos o aeroporto vazio. Ele sofreu uma ampliação considerável na crise de aeroportos alguns anos atrás, mas ainda é a casa da Azul; ninguém mais o usa. São corredores e corredores iluminados, climatizados e vazios. Não compreendo essa lógica.
Check-in fácil com uma pegadinha no final: a recepcionista ao entregar nossos cartões de embarque, diz, com cara de paisagem:
- Não sei se os senhores estão sabendo, mas o voo está atrasado três horas!
- Três horas?
- Sim, a aeronave precisou ir para manutenção e estamos aguardando a aeronave que chegará de Lisboa. A empresa vai disponibilizar uma refeição para os senhores enquanto aguardam o voo. E mais, consegui os lugares lado a lado que haviam me solicitado.
Foi a minha hora de fazer cara de paisagem.
Estamos viajando em plena Copa do Mundo da Rússia; então aproveitamos para ver o jogo Inglaterra X Tunísia, onde a Inglaterra acabou vencendo por 2 x 1.
Hora do embarque afinal. Air Bus A330 novinho, triscando, equipado com o mais tecnológico sistema de entretenimento a bordo; a Azul expande-se com as rotas internacionais abrangendo: Estados Unidos, Portugal, além de Buenos Aires, Punta Del Este, Montevidéu e Caiena. Me surpreendi com a qualidade do avião...
A comida não foi boa; precisei devolver o meu frango porque estava cru e sangrante e a pasta à bolonhesa estava cozida demais.
Mas a melhor surpresa foi que, numa fileira de 4 lugares, dois estavam vazios. Foi possível esticar o corpo e dormir deitado; eu na primeira metade da viagem e Alexandre na segunda. Em dezenas e dezenas de voos que já fiz, esta foi a terceira vez desse presente. Um, há muito tempo, voltando de Amsterdã para casa, outro ano passado, viajando de Adis Abeba para Bangcoc. Delícia quando isso acontece.
Há pouco fazia as contas: Portugal é o 33º país que visito. Porque demorei tanto a ir? Nada em particular, apenas fui auscultando meus desejos quando planejava uma viagem e sempre houve uma prioridade antes. Confesso estar a achar a viagem pouco desafiadora, fácil demais. Nem o problema de compreender a língua, eu espero.
Vamos pela Azul, saindo de Viracopos. Mais barato que outras companhias. Todavia, hoje ao fazer o check-in no exato momento de sua abertura, o voo já estava lotado! Imagino que deva iniciar-se em outra cidade e Campinas seja só para abastecimento. Tanto é que a disponibilidade de lugares sumiu rapidinho..... Confiro amanhã, no embarque.
Pouca e muita expectativa da viagem. Europa é fácil e decodificada, mas Lisboa está na moda. Um governo de centro-esquerda parece que botou o país nos trilhos. Imagino que vou encontrar hordas de brasileiros por lá. Alexandre reservando os hotéis me disse que tudo está cheio. Em Lisboa e no Porto ficaremos em apartamentos privados... A conferir.
Fomos em meu carro até o aeroporto e o deixamos num desses estacionamentos privados um pouco distantes; o preço compensa: R$ 9,50 a diária. Como na chegada de Fernando Noronha encontramos o aeroporto vazio. Ele sofreu uma ampliação considerável na crise de aeroportos alguns anos atrás, mas ainda é a casa da Azul; ninguém mais o usa. São corredores e corredores iluminados, climatizados e vazios. Não compreendo essa lógica.
Check-in fácil com uma pegadinha no final: a recepcionista ao entregar nossos cartões de embarque, diz, com cara de paisagem:
- Não sei se os senhores estão sabendo, mas o voo está atrasado três horas!
- Três horas?
- Sim, a aeronave precisou ir para manutenção e estamos aguardando a aeronave que chegará de Lisboa. A empresa vai disponibilizar uma refeição para os senhores enquanto aguardam o voo. E mais, consegui os lugares lado a lado que haviam me solicitado.
Foi a minha hora de fazer cara de paisagem.
Estamos viajando em plena Copa do Mundo da Rússia; então aproveitamos para ver o jogo Inglaterra X Tunísia, onde a Inglaterra acabou vencendo por 2 x 1.
Hora do embarque afinal. Air Bus A330 novinho, triscando, equipado com o mais tecnológico sistema de entretenimento a bordo; a Azul expande-se com as rotas internacionais abrangendo: Estados Unidos, Portugal, além de Buenos Aires, Punta Del Este, Montevidéu e Caiena. Me surpreendi com a qualidade do avião...
Alexandre dentro do avião, após espera de 3 horas para embarque |
Mas a melhor surpresa foi que, numa fileira de 4 lugares, dois estavam vazios. Foi possível esticar o corpo e dormir deitado; eu na primeira metade da viagem e Alexandre na segunda. Em dezenas e dezenas de voos que já fiz, esta foi a terceira vez desse presente. Um, há muito tempo, voltando de Amsterdã para casa, outro ano passado, viajando de Adis Abeba para Bangcoc. Delícia quando isso acontece.
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