terça-feira, 16 de junho de 2015

11.7 - Minas. Bichinho

Bichinho é um distrito de Tiradentes, a uns 20 km da cidade. Ficou conhecida nos últimos 30 anos por ter aliado artesanato ao design e ter criados bem sucedidos produtos à base de ferro e madeira coloridos, conhecidos no Brasil todo. Sabe aquelas pombinhas brancas, em madeira, formando todos os tipos de enfeites de parede? Pois é, foram inventadas em Bichinho.

Há também artesãos que produzem móveis rústicos, a partir de madeira de demolição (?). Haja casa demolida! Para dar conta de tanta demanda, hoje se usa madeira nova onde se aplica pátina que imita madeira descascada e envelhecida.

O vilarejo tem o ar descolado dos lugares onde vivem artistas: casas com conceito! Inúmeros conceitos: de arquitetura, de design, de aproveitamento de materiais, de pinturas... tudo fica alegre em Bichinho. Hora da fome, hora de procurar o restaurante da Ângela, com sua famosa comida mineira de terroir. Por um preço fixo come-se à vontade pernil de porco assado, carne de porco de panela, vegetais como abóbora, mandioca, ora-pro-nobis, quiabo, chuchu.., mais: galinha ensopada, galinha ao molho pardo. Beatriz, vegetariana, só comia arroz, feijão, legumes e folhas. Eu - sem nem piscar - provei a galinha com ora-pro-nobis, quiabo, pernil e feijão. Sobremesa? Goiabada com queijo.

Foi interessante conhecer a linha de produção deste artesanato tão bem reconhecido pelo país: alguns serralheiros fazem a estrutura básica das peças: fruteiras, bancos, porta-coisas.... para tudo. Daí a peça entra para o núcleo familiar. Geralmente o pai cuida da marcenaria, a mãe e alguns filhos pintam as peças em tons fortes e bem característicos e outros filhos cuidam da comercializarão em lojas improvisadas na frente das oficinas.

Ao lado dessas empresa familiares há outras - maiores - onde o proprietário está a quilômetros de distância e  pessoal treinado executa a produção. resultam peças maiores, com design mais sofisticado e repetitivo. Caros. Em Bichinho, depois das primeiras criações há uns 30 anos atrás, inspiradas na pomba do Divino, tudo se copia..... Difícil encontrar uma peça a me surpreender, ainda não vista em Parati. Acabei achando uma galinha em madeira, que Beatriz batizou de Betânia, uma fruteira e duas flores esculpidas em pedra sabão, tudo para a Casa das Hortênsias.

É muito agradável estar em contato com esse lado de Minas, do pessoal arteiro, criativo e bem sucedido quer fazendo pombinhas de madeira, doce-de-leite, biscoitos, tocando pousadas rústicas ou pequenos restaurantes a servir comida mineira.

Um prazer viajar por Minas.

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