sexta-feira, 23 de agosto de 2013

6.6 - Piauí. Voltando por Remanso

Ao encerrar a minha terceira expedição ao Parque Nacional da Serra da Capivara, decidimos voltar pela rota de Remanso.

Remanso é uma cidade do norte da Bahia, ao lado da Represa de Sobradinho que foi transplantada por ocasião do represamento do rio São Francisco para a construção da barragem, nos anos 70.


A viagem deve ser uns 150 km mais curta mas tem a desvantagem de ter 80 km sem asfalto. Como a viagem de ida passando pela cidade de Queimada Nova durou 6 horas e nos deixou muito cansadas e - com informação obtida em São Raimundo das condições da estrada - resolvemos arriscar.


Saímos de São Raimundo com estrada asfaltada; até a cidade de São Lourenço do Piauí foi tranquilo; depois fica uma buraqueira só. Perto de um dos povoados, um pedágio informal e criativo: moradores com pás e enxadas ficam tapando os buracos, dois em cada extremidade. Ajuda bastante termos uns 4 - 5 km de estrada plana. Quando a gente encontra o outro grupo tapando buraco, a gratidão financeira e espontânea. R$ 5,00!


Fiquei pensando depois que isso é um trabalho artificial. O que interessa é a gratificação do usuário e não a conservação da estrada. Então, se todos os buracos fossem tampados, os moradores ficariam sem atividade e, consequentemente, sem remuneração. Então, um dia se tapam os buracos para reabri-los no dia seguinte.... e assim a vida segue.


Após a cidade de Casa Nova, ainda no estado da Bahia, fica a Fazenda Ouro Verde, onde a Miolo tem um complexo viti-vinicultor que produz 1,8 milhões de litros de vinho ao ano com os rótulos Almadén para vinhos, Terranova para os espumantes.



Além destes, produz o Testardi, à base de uva Syrah, que em 2012 foi considerado o melhor tinto nacional. A degustação dos espumantes e gratuita mas o Testardi me custou R$ 80,00 a garrafa. No Sul nunca encontrei esse vinho.



Petrolina finalmente às quatro da tarde! Céu estupidamente azul e a brisa que desconcerta os cabelos. No Bodódromo, cerveja gelada, queijo coalho na brasa, picanha de carneiro, macaxeira frita na manteiga e pirão de leite. Para que mais?



6.5 - Piauí. Semente de coentro



O coentro é um vegetal muito conhecido e usado no Nordeste, principalmente suas folhas, que se assemelham às da salsinha em seu aspecto. Só no aspecto, porque o odor do coentro é único. Para o bem e para o mal: alguns amam de paixão, outros odeiam. Não ha meio- termo!

Coriandrum sativum,  nome científico do coentro, é uma especiaria oriunda do Mediterrâneo e do Oriente Médio. É um pequeno arbusto de até 60 cm de altura.



Aqui em São Raimundo Nonato, talvez pela escassez de produtos frescos, usa-se muito a semente do coentro, pilada em pilão, com sal e pimenta-do -reino. Talvez, embora eu não tenha tanta certeza, o cominho seja adicionado a essa mistura em carnes, frangos e molhos.As vezes se adiciona colorífico também.Vou perguntar para a cozinheira do hotel.




No mercado central, nas bancas que vendem cereal, se vê sacos expostos abarrotados de sementes de coentro, ao lado dos sacos de farinha de mandioca  e de goma, como eles chama aqui uma massa branca de onde se faz a tapioca.


                                              




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

6.4 - Piauí. Sao Raimundo Nonato - o santo

São Raimundo Nonato tem seu nome em homenagem ao santo espanhol: San Ramon Nonato, da Ordem das Mercês.

Sua história remonta ao século XIII. Nascido por cesariana de mãe já morta. Era pastor e - depois de uma visão - entra para a Ordem das Mercês. Mais tarde vai para a África para evangelizar e libertar espanhóis presos na Batalha de Xxxxx. Aprisionado pelos árabes, tem sua boca presa por um cadeado.........


 Por seu martírio e consequente santificação, é considerado o santo dos partos difíceis. 


Por seu martírio e consequente santificação, é considerado o santo dos partos difíceis. No Piauí, principalmente, toda a criança nascida sob condições difíceis leva esse nome em agradecimento à proteção do santo. Num estado onde até hoje a assistência ao parto é precária, onde as maternidades são raras e as parteiras abundantes, é fácil compreender porque encontramos tantos "raimundos" nos canteiros de obras do Brasil, nas cozinhas de restaurantes, onde exercem sempre os trabalhos mais brutos.


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Lopes de Vega, pintor espanhol, nos meados de 1600 faz um belíssimo quadro dessa visão de San Ramon. Este quadro hoje faz parte do Museu de Prado, em Madri, mas não faz parte da exposição permanente; podemos vê-lo apenas on-line. Vale a pena!


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Na segunda metade do século XIX, quando do povoamento em função da extração do látex da maniçoba e da consequente fundação das cidades da região, nenhuma Ordem de Portugal quis vir. Os espanhóis, da Ordem dos Mercedários se apresentaram para tal, com a condição que os bispos fossem de Espanha.


Pily, nossa companheira de viagem, espanhola de Navarra, analisa que Espanha, inconformada com o Tratado de Tordesilhas e a consequente perda das terras para Portugal, se propõe a ocupar ativa e indiretamente - através de sua Igreja - todos os espaços em terras portuguesas mesmo nos tempos mais atuais.


O terceiro bispo espanhol de São Raimundo, Dom Inocêncio Lopez Santamaria foi o mais longevo e mais importante. 27 anos de prelado. Seus restos mortais estão sepultados na Catedral de São Raimundo. 



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Em sua homenagem a cidade de Curral Novo hoje se chama Dom Inocêncio.



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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

6.3 - Piauí. Zabelê

Privilégio de poucos, a visita ao Zabelê junto com pessoas do ICM-Bio foi muito emocionante, isso porque o local fica dentro do parque Nacional da Serra da Capivara e não está incluído entre locais de visitação turística permitida. Estradas solitárias, quase abandonadas, um retão dentro da caatinga.



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O Zabelê era um povoado  isolado no meio do Parque Nacional da Serra da Capivara, a uns 40 km de São Raimundo, com umas 50 casas. Não tinha nada além de água, caça abundante e terra boa para plantar, o que, no sertão do Piauí significa o paraíso para o sertanejo. Roças de mandioca, feijão e milho. 


Tinha uma escola, igreja e um cemitério.


As terras vieram de tradição sucessória que teve início com a obtenção de terras como recompensa por serviços prestados na conquista dos índios, no contexto do regime de posses, no período de vazio jurídico, entre o fim do sistema de sesmarias e a Lei de Terras de 1850(Maria Sueli Rodrigues de Sousa)


Seu beneficiário e fundador foi Vitorino Dias Pais Landim,  hoje o ancestral comum. e que “tomou parte na conquista dos índios que habitavam essas caatingas” . Na verdade, o “tomar parte” é eufemismo, pois o ancestral é memorizado como tendo tomado parte de fato do quase massacre que expulsou os nativos do lugar. (Maria Sueli Rodrigues de Sousa). Ele foi agraciado com três fazendas: Serra Nova, Boqueirãozinho e Serra Talhado. 


Viveram por gerações no local e, como a exploração da maniçoba exigiu mais terras para ampliação do cultivo, novas pessoas chegaram, principalmente de Pernambuco, resultando na criação da comunidade Zabelê.


Com a criação do parque a permanência das pessoas nesse vilarejo se tornou insustentável, pois elas viviam exatamente no meio do parque. A sua retirada foi traumática e gerou uma ferida incurável na memória dos interessados. Mais ainda, a ferida permanece aberta até hoje em toda a  população local. Primeiro porque foram retirados compulsoriamente  Segundo, porque - pela legislação de terras vigente no país - eles só foram indenizados (e isso foi muito pouco) pelas benfeitorias executadas na terra. Como não tinham títulos de propriedade da terra, era impossível ao Estado pagar por algo que, by law, era seu.


A figura jurídica que representava o estado era o INCRA (?) mas o ônus político caiu sobre Niéde Guidon, pois era ela - na realidade prática - quem exercia a pressão para a transferência. Algo que lhe custa caro até hoje.


Além disso, o tempo burocrático-administrativo e o tempo real dos acontecimentos foi dessincronizado. O espaço entre o desalojamento e o reassentamento em outro local foi grande demais. Deu tempo suficiente para o sentimento de perda se cristalizar no imaginário dos envolvidos. Quando as novas terras, novas casas e novas oportunidades chegaram - era tarde demais.



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 Mesmo em melhores condições atuais que na vida do Zabelê, o que se perdeu foi um espaço sacralizado pelas tradições. Mais que isso, a violência da retirada compulsória ficou gravada em fogo na memória. E isso não tem volta.




A lenda de Zabelê



O chefe da tribo dos Amanajós tinha uma filha chamada Zabelê, que amava Metara, um índio da tribo dos Pimenteiras, terríveis inimigos dos Amanajós. Dizendo que iria colher mel perto de onde o rio Itaim deságua no rio Canindé, Zabelê aproveitava para se encontrar com o seu amado Metara. Um dia, um índio chamado Mandahú, da tribo dos Amanajós, desconfiou daquelas andanças e resolveu seguir Zabelê, descobrindo o seu esconderijo. É que Mandahú era apaixonado por Zabelê, e não suportava o seu amor não correspondido, principalmente porque se via preterido por um inimigo. Certa vez, Mandahú resolveu levar algumas testemunhas para desmascarar Zabelê. Os dois amantes foram descobertos, surgindo uma briga que resulta na morte de Zabelê, de Metara e de Mandahú. O fato deu origem a outra guerra, que durou seis sós e sete luas. Mas Tupã teve pena dos dois amantes e resolveu transformá-los em duas aves, que andam sempre juntas e cantam tristemente ao entardecer. Mandahú foi castigado e transformado em um gato maracajá, eternamente perseguido pelos caçadores por causa do valor de sua pele. Zabelê ainda hoje canta a tristeza de seu amor infeliz.


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Segundo Bugyja Britto, a lenda de Zabelê aconteceu a poucos quilômetros de Oeiras, exatamente na confluência dos rios Itaim e Canindé.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

6.2 - Piauí. São Raimundo Nonato - céu muito azul



O dia está luminoso, começou brilhante e uma brisa fresca  faz do caminhar (pela sombra) uma atividade muito agradável nesta manhã de segunda-feira.

Café da manhã com tapioca e cuscuz de milho, com o programa de Ana Maria Braga ligado na TV e conversando com chefs, criando um contraponto à culinária regional que acabei de provar. E inexorável a imposição culinária do Sul, com a TV sendo o veículo comum de conversa entre todos os brasileiros. Em alguns lugares aqui, em São Raimundo, se encontra o mineiro pão-de-queijo no café da manhã, algo impensável há 15 anos atrás.


Caminho do Museu do Homem Americano, para pesquisas em seu centro de documentação e posterior encontro com Elizabete Buco.

Depois eu conto.
Fachado do Museu do Homem Americano - São Raimundo Nonato
Elizabete não apareceu, esqueceu-se de nós. Depois de manifestar nosso desconforto, as portas do Banco de Dados se abriram  e tivemos acesso aos "cadernos de campo". Todos! Houve momentos emocionantes como quando lemos a descrição do achado - durante uma escavação - de um esqueleto.

Almoço no Restaurante Homus, na rua dos bancos. Depois, em baixo de um sol ardido, uma entrevista com Fernando Tizianel, do ICM-Bio, nome atual do antigo IBAMA, chefe do Parque da Serra da Capivara. Fernando nos colocou a disposição um documento jurídico fundamental, o de processo de criação do Parque e o processo de indenização dos moradores do Zabelê.


Fim de tarde.

Estamos hospedadas na Pousada Zabelê, que fica na parte alta da cidade, a uns 400 metros do centro comercial da cidade. Há alguns equipamentos turísticos ao redor: uma boa padaria em uma esquina e uma pizzaria na outra.


Pousada Zabelê - São Raimundo Nonato
Na padaria, onde estamos agora, além de se beber cerveja regional com um nome erótico - a similar nordestina da cerveja Devassa - se pode observar a lua cheia que começa a surgir no céu.

Que fique claro que o céu de São Raimundo Nonato é um dos mais belos, onde a ausência  de poluição luminosa permite à lua e às estrelas  se exibirem com esplendor.

domingo, 18 de agosto de 2013

6.1 - Destino Serra da Capivara, meio do caminho

Foi uma manhã fria de domingo quando nos encontramos em Viracopos; Glória, Pily e eu, com destino à São Raimundo Nonato, no Piauí, numa longa viagem que começava com um vôo da Azul - de Campinas a Salvador - e depois, de Salvador a Petrolina. Por fim, num carro alugado em Petrolina, mais 4 horas de viagem até São Raimundo, no sudoeste do Piauí, o nosso destino final.

Foi a primeira vez que viajamos pela Azul. Boa experiência! Avião pequeno, fabricado pela Embraer, com quatro poltronas por fila, uns 120 lugares, suponho. Pontualíssimo;  tive sensação de aparelho ágil. 

Agora estamos em Salvador, dentro do aeroporto, numa área de alimentação. Talvez o último espaço  de alimentação cosmopolita. A tradição é comida de aeroporto com gosto de isopor.

Essa viagem tem um objetivo claro: pesquisas na FUMDHAM - Fundação do Homem Americano, entrevistas em campo que nos permita ter material suficiente para um livro sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara, um dos lugares mais bonitos do Brasil e que os brasileiros ignoram.

Ignoram por falta de informação, ignoram por termos uma cultura litorânea e adoramos férias em praia e - por fim, ignoramos porque o acesso é muito difícil.

No avião, vindo para cá contava à Pily como descobri  a Serra da Capivara: nem era a minha opção; vinha para Petrolina, interessada nos vinhos do Vale do São Francisco e pela proximidade - se é que 300 - 400 km sejam perto - acabei acoplando a Serra da Capivara à viagem.

Voltei encantada e enfeitiçada. Os sítios arqueológicos, pleno de pinturas rupestres a céu aberto - únicas no mundo - me cativaram. Daí a nascer um projeto de um livro sobre elas foi só mais um passo.

10 meses depois, volto pela terceira vez, agora com as "meninas de Espanha", para mais uma furiada.

Desta vez, Niéde Guidon, a figura máxima desta historia estará ausente. Não teremos seus depoimentos contundentes. Todavia, é ocasião única de compreendermos como as coisas funcionam sem ela.

domingo, 9 de junho de 2013

5.9 - Uruguay - Dia de partir; melancolia no ar e na alma

Resultado de imagem para general artigas uruguayEncerramos hoje nossa estada curta, concentrada e suficiente no Uruguay. 

Nesta manhã de ultimo dia colocamos as malas ( muito mais gordas) no carro e gastamos o dia pelo centro antigo de Montevideo. Como a maioria das grandes cidades da America do Sul, o centro é decadente, mal conservado e um pouco sujo, cheio de lojas escuras e empoeiradas e de ambulantes. Porém, os grandes edifícios do início do século XX que deram estrutura refinada à Montevideo a ponto dela ser considerada a melhor cidade da América do Sul, continuam lá. Imponentes. O Teatro Solis. 

O Banco de La Nacion. As Galerias, no melhor estilo francês... O Edificio do Governo, de onde Jose MUjica, seu emblemático presidente governa o país.


Há alguns antiquários e - na Plaza Constituicón, uma feira de antiguidades.


Plaza Constitución - Montevidéu, Uruguai

Estava festiva a praça neste fim de manhã: uma banda com uniforme militar colorido apresentava pelas ruas do entorno as músicas típicas do gênero e - inúmeras tendas vendiam coisas antigas, lembrando a feirinha de domingo no MASP, talvz um pouco menor. À Mariana, encantaram as chaves antigas e a mim, um conjunto de velhas e azuis garrafas de leite, em seu engradado original em ferro. Quase comprei. O veto mental foi ao tamanho da embalagem e sua fragilidade: como entrar no avião portando seis garrafas vazias de leite?

Passamos pela Catedral, nesta mesma praça, depois, pela Plaza Independencia, onde uma grande estátua do General Artigas se exibe em seu cavalo. Artigas é o herói nacional e o fundador do sentimento nacionalista, da pátria uruguaia.



O prédio mais imponente e mais emblemático da época de ouro de Montevideo é o Edifício Salvo, construído em 1928 com 27 andares, sendo - por anos - o edifício mais lato da América Latina. A majestade da construção me impressionou em meio à decadencia do centro da cidade.





quinta-feira, 30 de maio de 2013

5.8 - Bodega Boutique Bousas

Depois de dois dias de chuva, o dia iluminou-se de azul. Mesmo o Rio del Plata tingiu- se dum azul escuro e profundo, defronte do hotel. Chegamos à noite em Montevideo, vindo de Punta del Este. Estamos hospedados em Pocitos (doce ironia!), um bairro residencial na beira do rio, no hotel Ermitage, um velho hotel da metade do século passado.

O entorno é agradável ao passeio: prédios, lojas, restaurantes... árvores com folhas secas de outono fazendo barulho. Tão logo nos alojamos no velho hotel, saímos para jantar. Marcos encontrou um restaurante simpático: La Outra. Carne com corte argentino. Vinho. Depois voltar ao hotel, espelhando a velha lua no céu, fazendo moldura para o rio com cara de mar.


Dia seguinte, agenda marcada desde o Brasil para a visita à Bodega Bousa, nos arredores de Montevideo. É um empreendimento familiar que produz 100 mil garrafas ao ano a lhe dar cara de boutique. Inicio da formação dos vinhedos em 2002. Primeira venda em 2004. O enólogo desde o inicio é Eduardo Boydo, doutor em enologia e professor do curso na Universidade local.



Plantam Merlot, Tannat, Tempranillo entre as tintas. Chardonnay e Alvarinho pelas brancas. A uva Alvarinho, natural da Galicia e muito usada em Portugal para fazer o vinho verde, foi plantada aqui por questões afetivas: os donos são galegos.  E a uva que deu fama à Bodega, pois foi a primeira que a colocou no Mercado.



Os vinhos daqui nao sao filtrados, os enólogos acreditam que se perde um pouco da alma do vinho. Os vinhos de alta gama ficam de 12 a 18 meses em Carvalho francês ou americano. Temos as 3 tintas como vinhos top. Quando vejo tanto tonel novo de Carvalho francês, me pergunto de onde vêem tanta madeira. Será que ha áreas de reflorestamento na França? Ouvi alguma coisa de Carvalho da Croácia?

Ah, acabei de ouvir que um tonel produz 200 garrafas.

Sala de degustação refinada e aquecida. Preços caros pela degustação de 3 vinhos, sendo dois de alta gama. Acompanhava pão caseiro e pastas. 


Foi aqui que provei e comprei o melhor vinho do Uruguay: Monte Vide Eu, um corte de Merlot, Tempranillo e Tannat, vinificadas separadamente e depois misturadas em segredo por Boydo. Grande mistura!
... Vino de color púrpura con tonalidades petróleo, intenso, brillante y capa alta. En nariz se presenta complejo, frutas rojas y negras, frambuesas y moras, notas de regaliz en un fondo de café y tabaco. En boca muestra una entrada dulce e intensa, con buen volumen y ágil en su movimiento, elegante y armonioso con taninos amables que le dan una muy buena estructura. Es un vino equilibrado, redondo, muy agradable al paladar, con intensa persistencia, final largo y excelente recuerdo.