sábado, 20 de abril de 2019

19.1 - Piauí - Teresina

Todo mundo torce o nariz quando falamos que vamos ao Piauí.
- Mas lá nem praia tem! Ouço isso com muita frequência. Mas fazemos escolhas... Desta vez decidi ir para a Serra da Capivara por Teresina. Além de conhecer a cidade precisava fazer duas entrevistas.

Os voos para Teresina sempre chegam de madrugada - por volta das duas da manhã - porque (e soubemos depois) é mais barato para as aeronaves pernoitarem no aeroporto local. Ficamos no Ibis, no quadrilátero da saúde, em meio a muitas clínicas e hospitais. Teresina é referencia regional para tratamento de saúde, tanto para o Piauí quanto para o interior do Ceará e Maranhão. Encontrei-me com Gloria lá na madrugada de domingo. Saímos do hotel de manhã a buscar uma padaria para o café da manhã. Qual não foi nossa surpresa por encontrá-las todas fechadas.

Então decidimos ir até o Museu Histórico do Piauí. Museu pequeno e pouco explicativo, não acrescentou nada. Tentamos!

Museu de História do Piauí
Daí fomos para o ponto turístico da cidade: o local onde o rio Poti deságua no rio Parnaíba.
O caminho foi feito por uma avenida que corre à margem esquerda do Parnaíba. E do outro lado é o Maranhão, a cidade de Timor. É esse rio que faz a divisa entre os estados. Nem sabia. Tem que viajar para saber das coisas.

Encontro das Águas - Marrom é o rio Poti, a azul é rio Parnaíba, a terra verde ao fundo já é o Maranhão

Gloria e eu no encontro dos rios, em Teresina.
No local há um restaurante flutuante com pratos a base de peixe de rio: só me lembro do Tambaqui. Servem como caldeirada, acompanhada de arroz e farofa. Preço bom. Sem dendê, nem leite de coco. Contíguos, uns 300 metros à frente achamos o Polo Ceramista de Teresina.  São algumas dezenas de oficinas, uma ao lado da outra. As oficinas ficam atrás e as lojas na frente. Há uma cerâmica comercial, pintada, sem apelo. Mas aqui e ali, pode-se garimpar peças muito interessantes. As melhores delas são as panelas de barro, vendidas ao tom do barro natural que há anos procuro. Inútil encontrá-las. Como comprar no primeiro dia de viagem?

Mas encontrei uns sinos de vento com peças pequenas, que coube na mala. Tou levando. Pendurar na varanda da Casa das Hortênsias. Fim de tarde, hora de voltar para o hotel. Ah! choveu nesta tarde em Teresina. As chuvas aqui começam em novembro e vão até março, começo de abril. São estações bem marcadas: Chuva (o inverno) e Seca (o verão).

Teresina é uma cidade integrada ao Brasil, tem um IDH = 0,751,o que me surpreendeu. O PIB/capita também é alto = 22.597.62. Igual ao de Pinda, a cidade em que vivo. 62% de saneamento... O problema é a concentração de renda. Pouca gente muito rica para muita gente pobre... E a oligarquia econômica se confunde com a oligarquia politica. São os mesmos e continuam os mesmos com os casamentos entre os iguais. Como na realiza europeia, onde príncipe casava com princesa! Só para ilustrar isso, a construtora que ganhou a concorrência para construir o aeroporto da Capivara pertence a um senador!

Dia seguinte, vamos trabalhar: fomos até a Universidade Federal do Piauí para nos encontrar com Dra. Maria Conceição Lage, do Departamento de Arqueologia da Universidade. É disso que a gente gosta de falar. Além de toda a história da Capivara, se confirmou o que já intuíamos: o \piauí é um estado com profunda riqueza fóssil no estado inteiro. Onde se cava. se encontra algo. Então soubemos da floresta fóssil de Teresina, formada no período Permiano!
Depois fomos conhecer o Museu de Arqueologia da Universidade






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