segunda-feira, 7 de agosto de 2023

26.2 - Suábios do Danúbio no Brasil. Em Entre Rios, no Paraná.

Soube dessa história há pouco mais de um ano; talvez o nome tenha intrigado e fui atrás dessa história. 
Vamos lá: são pivos de origem germânica oriundos de paises da Europa, principalmente da Europa do Leste: Croácia, Hungria, Alemanha...
No século 18, foram reunidos e assentados às margens do Danúbio. 

domingo, 6 de agosto de 2023

26.1 - Na trilha de Raposo Tavares e o genocídio guarani

Domingo de inverno. 11 graus às 7 horas da manhã. Com o sol nascendo em meio à nevoa saí de casa para uma longa viagem de carro rumo às missões jesuíticas argentinas tentando compreender essa experiência indígena-jesuítica que aconteceu no centro da América Latina entre os séculos 17 e 18. 

Rodovia de acesso a Entre Rios


Sei pouco sobre o assunto e comecei a me interessar por ele quando pesquisava sobre a mineração nos altos do rio Paranapanema e me deparei com a chegada dos guaranis por aqui, numa área dominada pelos kaingangs, fugindo da investida das bandeiras paulistas ou simplesmente, dos paulistas como eram conhecidos os bandeirantes.

O objetivo é fazer esta viagem de cerca de 1100 km em três dias. No primeiro devo dormir em Guarapuava - PR, ou melhor, no distrito de Entre Rios onde existe uma comunidade com um nome curioso e que despertou em mim o desejo de conhecer: os suábios do Danúbio!!! Quem são eles?

No segundo dia devo chegar à fronteira entre Santa Catarina e Argentina, na província de Misiones e no terceiro, finalmente chegar à San Ignacio Mini, onde existem as mais bem preservadas ruínas das Missões Jesuíticas. Devo estender minha visita para outras três ruinas: Santa Maria de Loreto, Santana e de Los Mártires del Japón. Se estou em busca de nomes exóticos, encontrei mais um: Mártires de Japón, em plena Argentina.

É inverno de dia ensolarado e temperatura amena. Cruzo todo o estado do Paraná, de leste a oeste, onde o agronegócio se intensificou nos últimos anos. Paisagens de colinas em tons de verde, do trigo recém plantado crescendo e que me deixa dividida: isto é bom ou ruim? Preciso refletir mais.

E, envolvida em tantas reflexões, dirigi 490 km até Entre Rios. Cheguei ao meio da tarde. Descobri depois que o distrito abrange cinco colônias bem distintas e interligadas por plantações de trigos e estradas asfaltadas: Vitória (a maior e onde se concentra o setor comercial), Socorro, Cachoeira, Jordãozinho e Samambaia,
Minha pousada ficava na Colônia Cachoeira; mas eu ainda não sabia nada disso e nem sabia que eram cinco colonias bem distintas geograficamente. 

Como planejado, dia seguinte, depois do café da manhã com influência germanica onde bolos recheados substituíam o pão-de-queijo, voltei para a estrada. Aí começou a parte difícil: segunda-feira em estrada de pista única, com caminhões nos dois sentidos. Não andava. Continuava apreciando os imensos tapetes de trigo verde e - num dado momento, cruzei o rio Iguaçu. Imenso rio, que por correr por terras planos, se alarga aqui e ali, mais parecendo águas represadas.

Logo depois havia uma aldeia indígena. Claro, parei para conversar. Para minha surpresa, eram kaingangs. 15 famílias que vivem ali há 21 anos, depois de uma crise na aldeia de Mangueirinha (não tenho certeza se esse é o nome correto).

Daí a chuva chegou. Diminuí a velocidade e me arrastei atrás de algum caminhão. Cheguei em Dionísio Cerqueira ao meio da tarde, conforme planejado. reservas no hotel Iguassu. Quarto ruim, antigo, com uma colcha na cama um tanto velha, com aspecto de suja. Meio nojenta. Na mesa não havia tomada para o computador. Coisa de hotel velho. Mas tinha uma sacadinha, com vistas para um café simpático.

Precisei trocar o óleo do carro; me descuidei disso ao sair de Pinda; a recepcionista do hotel, me indicou uma oficina mecânica "de confiança"!!! Que fazer, senão confiar?

Então, atravessei a pé a fronteira; é uma fronteira seca, onde uma calçada separa o Brasil da Argentina. Com o real valendo 100 pesos, tudo é muito mais barato, desde artigos de higiene pessoal até vinhos e azeite. Planejei algumas compras para a volta,

Terceiro dia atravessei a fronteira e o primeiro perrengue foi colocar internet no celular. comprei um chip argentino, mas não conseguia habilitá-lo pois a empresa pedia o RG argentino. Informaram que seria possível habilitar com o número do passaporte, mas não consegui. É muito constrangedor pedir para um desconhecido fornecer esta informação. Me esqueci do Claudio ou da Rosario, amigos argentinos que vivem no Brasil.  Baixei a rota da viagem no multimidia do carro e parti sem internet mesmo.






 


domingo, 28 de maio de 2023

25.3 - Piauí - Restaurante Favorito, Teresina

Alguém me recomendou este restaurante de comida típica do Piauí: o Favorito. 

Deixei o almoço de domingo para tal; casa cheia logo cedo. Ocupo sozinha uma mesa de 4 lugares para consternação dos garcons.
O prato principal da gastronomia do Piauí é a carne de sol. Historicamente,  a colonização do Piauí se deu através das fazendas de gado, que alimentavam o ciclo da cana-de-açúcar em Pernambuco. Grandes empresas de charque se constituiram por todo o estado e o produto era exportado via lombo de burro para a Bahia e  Pernambuco ou por barco, via porto de Parnaiba para outras regiões. 
Mas houve um erro estratégico nesse ciclo: os produtores vendiam os melhores animais ao invés de usá-los como reprodutores. Com o passar do tempo o rebanho perde qualidade e o Piauí sai da primazia do comércio de charque.
Mas o hábito de comer carne de sol perdurou e se sofistcou.
O restaurante tem a decoração baseada no artesanato local, mas identifico muitas peças de Bichinho,  MG. Usa cumbucas de Ágata e mini panelas de ferro para servir a comida. Serve a farinha em garrafa e os gurdanapis em xxx. (Foge-me o nome desse objeto).
Li no cardápio sobre o Capote, outro prato típico. 

25.2 - Piauí - São Raimundo Nonato

É minha oitava viagem a São Raimundo Nonato. A última foi em 2019, quando morei um mês nela.
Apesar de gostar muito desse local por simbolizar um novo projeto em minha vida, ainda choro por ela; seus indicadores não escondem a desigualdade social de seus moradores. 
Claro,  a cidade tem um visual mais moderno,  lojas mais atraentes,  ruas asfaltadas, mas só tem 4% de esgoto, a mortalidade infantil está acima de 15 por mil e a causa mais comum é a mortalidade por diarreia. Por aí se percebe a gravidade das questões gerenciais.

sábado, 27 de maio de 2023

25.1 - Piauí - Lançamento do livro Serra da Capivara: a Surpresa do Século. História de um Parque.

Minha oitava viagem ao Piauí! Tanta coisa para contar, tanta coisa para lembrar,  tanta coisa por descobrir. Engatar uma próxima viagem,  tanta singularidade neste pedacinho do Brasil. 
Porquê voltei?
A razão é muito especial: lançar um livro sobre a Serra da Capivara! Pensado durante a viagem de 2013, se tornou realidade. Páginas impressas em 4 cores, contam a história da criação do Parque Nacional da Serra da Capivara. 
Nesse primeiro post apareço como uma personagem de mim mesma, falando e mostrando a obra, com imenso cuidado para encontrar o tom certo. 
O primeiro lançamento foi na Universidade Federal do Vale do São Francisco - Univasf. Acredito que a obra vai sistematizar as informações para os estudantes dos cursos de Arqueologia, Antropologia e Ciências da Natureza. 
O próximo lançamento foi em São Raimundo Nonato,  para o público,  os guias turísticos do parque e os turistas.