terça-feira, 3 de novembro de 2020

22.5 - Aiuruoca

Aiuruoca, no meio da Mantiqueira seria mais uma das pequenas cidades de Minas Gerais, cheias de cachoeiras, trilhas e pousadas charmosas. Mas ela é mais que isso. Com 6.000 habitantes, a quase mil metros de altitude, abraçada pelo Pico do Papagaio, donde lhe vem o nome em tupi: aîuru + oka, o
município busca saída pelo o ecoturismo, um pouco de misticismo e a produção de azeites.

Fui até o site do IBGE para conhecer melhor Aiuruoca. Varias surpresas: A primeira delas é que o município está com sua população estagnada. do Censo de 2010 e o do (estimado) para 2020, a cidade diminui de 6162  para 5.976 habitantes, isto é quase 200 pessoas. Mais, quando olhamos a pirâmide populacional, a faixa de idade menor de 4 anos é a menor dentre crianças e jovens e só equiparável aos maiores de 64 anos. Aiuruoca parou de crescer!!!!!! A população com emprego fixo é de 12,4%, ou seja 750 pessoas e 35,2% tem renda menor que meio salário mínimo. Marque bem: meio salário-mínimo.
A educação básica é boa, a taxa de escolarização no primeiro ciclo é de 96 % , com o IDEB (Índice de Educação Básica) de 6,5 (num total de 0 a 10), mas o gap acontece ao fim do ensino fundamental. 2/3 dos jovens param por aí, não seguem para o ensino médio.
É preciso ficar mais que 3 dias na cidade para entender realmente sua alma. Porque os jovens não acreditam na escola? Não ficamos, mas dá para arriscar a resposta: toda a oferta de trabalho existente se apoia em atividades de baixa escolaridade.

Para o turista como nós há dois polos a serem explorados: o Vale dos Garcias e o Vale do Matutu, com o núcleo urbano no meio. Nos hospedamos na entrada do Vale dos Garcias, na Pousada Alkimia, de decoração duvidosa e poluída dando a impressão que ao se juntar um monte de coisas, elas - por alquimia - se transformam em decoração. Além do mais, a pousada não ficava perto de lugar nenhum, impedindo um mergulho mais profundo na natureza.

O Vale dos Garcias tem identidade própria: é uma das entradas para o Parque Estadual da Serra do Papagaio, a Cachoeira dos Garcias, uma acessível e alta queda d'água está pertinho, um restaurante charmoso, o Casal Garcia, as fazendas de oleicultura (Olibi e Serra dos Garcias), está tudo ali, o que nos permite um dia cheio entre banhos de cachoeira, visita aos olivais, um almoço imperdível. Agora, se você levantar cedinho cabe também uma trilha pelo Parque.

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Pico do Papagaio



Restaurante Casal Garcia - Marina e Edna

Cachoeira dos Garcias

O BAIRRO DO MATUTU é outro polo de turismo emblemático, pois além de suas pousadas e cachoeiras, a existência de uma comunidade bem organizada em torno de um projeto mais natural de vida associado ao ritual do consumo de Ahyuasca (uma substancia psicoativa).



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