Há um ambiente de relaxamento cuidadoso e atento quanto ao fim da pandemia ou a chegada da nova variante Delta, mais potente e letal. Bem, estou vacinada com duas doses e as férias chegaram. Estou em uma idade de não desperdiçar férias, então escolhi o Maranhão, mais especificamente os Lençóis Maranhenses para visitar.
Não era sem tempo!!!! Diante da infinidade de opções de lugares interessantes para ir, os Lençóis estavam na minha lista, mas disputavam espaços com lugares tão interessantes como Lalibela, na Etiópia ou Samarkand, no Uzbequistão. Com as restrições de viagem impostas pelo Coronavírus, o turismo se volta para o Brasil e seus inúmeros atrativos. Bem, Lençóis é um deles.
Vou com a Márcia Rahabani, velha amiga de tempos imemoriais.
Márcia e Edna em Ilha Grande - PI |
Nunca viajamos juntas mas havia o compromisso de o fazer. Chegou o momento. Vamos em voos diferentes e devemos nos encontrar esta noite no hotel, em São Luiz. Não vou ao Maranhão desde 1980, isto é, há mais de 40 anos. Nessa viagem memorável, feita com Cristina Turazzi, nos hospedamos na casa de uma médica maranhense do qual não me recordo o nome, que conheci num curso de doenças tropicais em São Paulo. Naquela época era comum hospedar-se em casa de pessoas. Tivemos uma grande acolhida e ela , além de outros mimos, disponibilizou seu motorista para nos guiar. Lembro que a praia de Ponta de Areia era deserta e tenho a foto de um jegue nela. Hoje, é a orla mais sofisticada de São Luiz. Lembro do arroz de cuxá e dos azulejos antigos nos prédios mal conservados. Por isso, o blog. Para documentar melhor, para ajudar a memória a percorrer os caminhos.......
Temos um roteiro em aberto: depois dessa noite em São Luiz vamos para Barreirinhas, na borda do parque, cidade com 63 mil habitantes e o primeiro destino para quem visita os Lençóis. Depois, tudo está em aberto. Está nos planos, alguns dias em Santo Amaro, outros em Atins, com viagem de barco pelo rio Preguiça, visita à Parnaíba, no delta do rio e - depois voltar para alguns dias em São Luiz, no centro histórico.
A história de Parnaíba conheço bem depois das minhas pesquisas sobre o Piauí, para o livro do Parque Nacional da Serra da Capivara. mas não conheço nada da história do Maranhão. Sei que à época do Brasil Colônia, a região do Maranhão era uma colônia autônoma e independente do resto do Brasil e ligada exclusivamente à Lisboa. Houve resistência dos maranhenses em reconhecer a independência do Brasil em 1822 e isso só aconteceu um ano mais tarde, com o auxílio diplomático da Inglaterra.
Hoje, Maranhão e Piauí se equivalem em pobreza e índices de desenvolvimento; um dos estados onde a concentração de renda na mão da aristocracia local é assustadora. 90% do PIB se concentra nas três cidades da Ilha de São Luís. Os outros municípios - 217 ao todo - vivem ao léu. Esta viagem também tem esse olhar: ver os pequenos municípios e como eles vivem.
Vou contando à medida que vou descobrindo e entendendo.