domingo, 20 de outubro de 2019

20.10 - A volta

Começamos o dia e Granada; havia chovido durante a noite e a temperatura havia caído para 11 graus, às 9 da manhã. Acordei sem pressa e comecei a arrumar a mala. Espaço pequeno, tive de dispor tudo em cima da cama para reorganizar. Cerâmicas sempre são problema, tinha duas: um prato e um pequeno bowl.
Fui descartando coisas, um casaco, meias velhas, sacolas, mapas... Roupa limpa não havia mais, então tudo pode ser misturado, enrolado e colocado em todos os espaços possíveis.

Fiz poucas compras: um xale para mim, roupas para o João, livros, uma bugiganga aqui e outra ali... Não tinha espaço...

Tudo pronto, fomos para a rua: havia de se visitar a Catedral logo ali, ao fim da Gran Via Colón. Porta escondida, mais um templo entre tantos iguais. Desistimos e sentamos na praça a olhar as pessoas ...Logo era hora de voltar. Na Gran Via uma manifestação contra o Governo, com foco na saúde. Linha de frente uma fanfarra. Devia ter 300 - 400 pessoas. Deve ser um bom programa de domingo!

Chamamos Uber para nos levar ao Terminal de Ônibus, distante do centro, no lugar onde os granadinos vivem. A conta do Uber foi cara em Granada possivelmente pelo grande afluxo de turistas e também pelas distancias.

O ônibus Granada - Sevilha tinha o grau de conforto semelhante aos ônibus brasileiros. A passagem foi mais interessante: de tão monótona era única: três horas viajando por olivais. Árvores de media estatura, plantadas simetricamente e suas folhas de um tom verde-acinzentado.

A paisagem urbana de Sevilha nos recebeu de volta, quase familiar a avenida beira-rio ao Guadalquivir, onde também está a rodoviária. Chegamos com o horário estreito para o aeroporto e embarcar. Neise não está muito habituada ao meu estilo semprevaidar. penso que umas duas ou três vezes deve ter ficado agoniada com os tempos de conexões.

A conexão em Madri é sempre tensa, aeroporto muito grande e tempo de conexão pequeno. A solução é juntar-se ao grupo dos descapacitados e conhecer rotas internas que vão cortando caminho. Por fim, dentro do avião da Air Europe muito cheio, tendo de se contentar em vir no assento do meio, imovel por horas. Vi dois filmes muito interessantes; The Wife foi uma boa abordagem da atividade de escrever e outro - Altamira - sobre a descoberta das pinturas pré históricas na caverna de Altamira. Não conhecia a história, mas tudo a ver....

20.9 - Alhambra

Três visitas à Alhambra. Poderia fazer dez!

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

20.8 - Granada

Vim para ver Granada. Tudo que antecedeu foi uma preparação para chegar . A viagem no trem de velocidade de 250 km/hora, os imensos olivais que margeavam a paisagem, os pueblos blancos, tudo era preparação para chegar à Granada.

Hotel numa rua secundária à Gran Via Colón, nem bom, nem ruim. Anodino!

E a tarde gasta em caminhar por Albacin, a montanha/bairro oposto a Alhambra. Ruas estreitas, em mosaico de pedra, pequenos triângulos de áreas livres que se chamam "Placetas" ...onde as pessoas se sentam nos cafés para observar a vida.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

20.7 - Cordoba

Chegamos ontem à Córdoba, depois de uma memorável partida de Sevilha. Chegamos à estação de trem de Santa Justa 2 minutos antes do trem partir, pela porta errada!
Havia de se correr! Literalmente, correr. E corremos. A fila estava grande então sabíamos que o embarque era certo. Mas era o sétimo vagão. Suava, quando finalmente sentamos.
50 minutos de viagem. Chegamos quando o sono começava a chegar.
Neise não quer perder um minuto; enquanto eu desabava na cama, ela saiu para um reconhecimento.
Caminhamos a esmo pelo centro histórico, por ruelas estreitas e tortas do bairro da Juderia.

Las Juderias
Todas as cidades que existiam à época dos mouros tinham um bairro judeu próspero e importante. A tolerância dos muculmana às outras religiões era concreta.
Daí vieram os reis cristãos e a Inquisição,

terça-feira, 15 de outubro de 2019

20.4 - Sevilha, três momentos

Em um único dia vivemos 3 experiências muito distintas historicamente:
Parasol é uma maravilhosa escultura futurista feita pelo arquiteto alemão Jugen Mayer-Hermann É imensa, ocupa toda uma praça, fazendo um contraste intetessante com o antigo.

20.5 - Sevilha com gripe.

Saí com gripe do Brasil. Não é uma situação muito agradável. A cabeça pesada, o corpo mole. Me enchi de Tylenol sinnus e joguei na mão do destino.
Ontem, dia da chegada tinha muita adrenalina e fizemos tudo o que o turista faz. Mas paguei o preço. Hoje estou mal, nem queria sair da cama.
Mas saí.
Na terceira loja de El Corte Inglês consegui colocar internet no telefone e podemos usar Uber e GPS. Como se voltássemos a fazer parte da humanidade.
Pela manhã visitámos a Plaza de Espanha, onde aconteceu a Feira Mundial de 1929.
O que é muito interessante é a mistura da azulejaria de influência árabe com o terracota da estrutura. Talvez um tipo de tijolos. Diferente dos portugueses- onde a azulejaria é branca e azul - Aqui entram outras cores, como o amarelo e o verde.
O interior das salas onde ocorreu a Exposição 1929 hoje é ocupado pela burocracia do Governo. Havia até uma agência para atendimento a emigrantes.

Saímos da "PLAZA DE ESPANHA" com o objetivo de chegarmos à Catedral. Passeio curto de um kilometro rodeando um muro violáceo que terminava num imenso palácio/ edifício não identificado. Ninguém fala dele, porém sua imponência e harmonia chamavam atenção.

Mas já não estava bem, a prostração me impedia de desfrutar. Quando vimos a Catedral a 200 metros, nos desviamos para sair da zona turística e buscar um restaurante fora da baixa qualidade da comida turística.
Numa esquina achamos o Nuria. Agradável, com mesas na calçada, espanhóis de terno e gravata.... Tudo para dar certo. Uma taça de Verdejo, uma tapa.
Não deu!
O prato seguinte, lombo suíno grelhado com batatas fritas em muuuita gordura tava ruim. Carne dura e sem sabor.

Meu dia acabou ali. Cheia de catarro e astenia voltei para o hotel. Dormi a tarde inteira.

20.6 - Sevilha a pé.

Saímos cedo do hotel com destino à Estação Santa Justa de trem, para comprar as passagens para Córdoba. Foi uma caminhada divertida pelas ruas estreitas do Centro Histórico. As lojas já estavam abertas e paramos em algumas. Estava experimentando meus pés e pulmões, recém danificados pela vida.

Descobertos todos os códigos do embarque de amanhã, resolvemos voltar a pé para conhecer a Catedral de Sevilha.

sábado, 12 de outubro de 2019

20.3 - Alandaluz - Viajando pela Air Europe

Dentro do avião, em Guarulhos, momentos antes de decolar.
Eu não conhecia esta companhia; é uma low cost  espanhola que está voando há pouco tempo no Brasil.
Estava insegura e está noite tive um pesadelo: o avião era pequeno demais e não aguentaria atravessar o Atlântico e as comissárias eram de Marrocos e usavam uniforme roxo
Ainda bem que foi um pesadelo. O avião é moderno, com multimídia de boa qualidade e a comida, dentro da curva.

Temos 5 horas de fuso horário a mais; se está programado chegarmos em Sevilha as 6:30, o que significa meia noite e meia.!  E o check-in no hotel só será 6 horas depois. Então, é tomar café e se animar.

Alegria, a ocupante do terceiro banco da nossa fileira decidiu mudar-se para uma poltrona mais perto da mãe, então teremos uma poltrona vazia entre eu e Neise. Aproveito a qualidade do multimídia para ver vários documentários disponíveis sobre a cultura moura no sul da Espanha. Aterrisamos em Madri em plena noite e - cruzei o temível aeroporto - em uma cadeira de rodas devido aos problemas do meu pé. Isso facilitou muito chegar no horário pois a conexão com Sevilha era muito curta.

20.2 - Alandaluz . Os Califados Muçulmanos


CALIFADOS MUÇULMANOS:

Os califados foram reinos que surgiram por volta do ano 600 DC e são específicos dos governos muçulmanos. Califa é sinônimo de governante, de rei nas outras culturas.

Os califados se inicia depois da morte de Maomé - o último profeta -  em Medina (Arábia Saudita) no ano de 632 DC. A sucessão foi religiosa, política e também militar. Há uma mistura de conquista de poder e territórios, em nome da religião.
1 - Primeiro Califado:  CALIFADO ORTODOXO
Sede:  Medina.
Duração: 632 a 661 DC.

2 - Segundo Califado: CALIFADO OMÍADA
Sede: Damasco
Duração: 661 a 750 DC.
Foi um califado de conquista de territórios: do Cáucaso ao Magreb (norte da África) até a Península Ibérica. Ao fim da Terceira Guerra Civil Muçulmana, foram derrotados pelos Abássidas. Um membro da família fugiu para Alandaluz – onde constitui o CALIFADO DE CÓRDOBA (750 a 1031 DC)

3 - Terceiro Califado: CALIFADO ABÁSSIDA (xiitas)
Sede: Bagdá
Duração: 750 a 1258 DC . Subiu ao poder após a Terceira Guerra Civil Muçulmana.

Segundo Reino Abássida no Egito - 1261 a 1519 DC. Quando o Califado Abássida do Egito caiu, o califado enquanto autoridade religiosa se transferiu para o Império Otomano.

4 - Quarto Califado : CALIFADO OTOMANO
Sede: Istambul
Duração: 1519 a 1922

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

20.1 - Alandaluz - os povos árabes

Pois é, tou indo para a Andaluzia!
Velho projeto acalentado e adiado, agora acontecendo.
Lembro que no ano de 2018 a Rita me chamou para essa viagem, mas não deu certo. Nem lembro o motivo. Agora, numa conversa com a Neise, a viagem saiu. É uma viagem curta, só 10 dias. Pessoalmente, queria mais, mas a disponibilidade da Neise é só essa, então vai ficar faltando um roteiro pelos "Pueblos Blancos" e Gibraltar. Não sei se há tempo de vida para voltar para a Andaluzia.

O roteiro é Sevilha, Córdoba e Alhambra.
Apesar de estarmos em baixa estação, decidimos comprar os ingressos para os monumentos com antecedência. Assim, compramos ingressos para o Alkazar e Catedral de Sevilha. Comprei tudo pelos sites oficiais dos monumentos. Muito mais baratos. Fiquei muito interessada em um tour na Catedral de Sevilha, específico para ver os vitrais. Deverá ser interessante, pois poderei ter alguma informação específica sobre vitrais.

Vou para ver Alhambra.
Bem focada, quero ver esse  palácio da última dinastia muçulmana que governou o sul da Espanha por seis séculos. Comprar os ingressos foi um problema: os vendidos no site oficial do monumento estavam esgotados. Custavam 14 euros. Havia opções de um passeio noturno pelo palácio e outro específico para o Generalife. Achei que poderíamos ficar com isso, mas a Neise ( que leu todos os blogs de viagem) me disse que a visita noturna deixava a desejar.Então tive de cair numa agencia turística especializada. Subiu para 40 euros e havia agencias cobrando até 120 euros! É preciso atenção porque há muitas arapucas armadas para ficar com teu dinheiro.

Claro que quando se olha para a civilização muçulmana, aparece o outro lado da moeda, as guerras com os reis católicos e a unificação dos vários reinos (feudos) na nação espanhola. Isso traz profundas consequências para a humanidade: a instauração da Inquisição e as viagens de descobrimento.
A Inquisição foi o mais terrível, sangrento e cruel movimento da Idade Média, perseguindo basicamente judeus, mulheres e povos de utras crenças. Já as viagens de descobrimento e colonização tem um impacto devastador sobre os povos nativos das Américas. desde os aztecas e Maias no México até os mapuches, na Terra do Fogo, passando pelos Incas, do Peru. Não sobrou nada! nem nativos, nem prata e ouro.

E esse lado da moeda da história espanhola não quero ver. Não nessa viagem. Nessa, quero admirar a cultura e grandiosidade da engenharia e arquiteturas mouras e também conhecer as guerras internas que levaram a sua derrota.

Já quero partir.